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ETH fecha acordo para se unir à Brenco

A ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht, fechou um acordo de exclusividade para unir suas operações com a produtora de etanol Brenco, que passa por dificuldades financeiras. As duas empresas não revelaram como essa fusão será feita – segundo o presidente da ETH, José Carlos Grubisich, será feita inicialmente uma avaliação dos ativos da Brenco, e só depois disso é que será definida a forma de combinação entre as duas empresas. A fusão vai criar a maior produtora de etanol de cana-de-açúcar do Brasil e do mundo. Juntas, elas produzirão 3 bilhões de litros de etanol por ano e 2.500 GW/hora por ano de energia elétrica a partir da biomassa.

Segundo Grubisich, não existe ainda uma opção definida para o acordo, nem a modelagem que será adotada e nem a participação que cada sócio terá na nova empresa a ser formada pela incorporação. O presidente da Brenco, Phili! ppe Reichstul, afirmou, entretanto, que a operação deverá manter todos os atuais sócios das duas empresas. Reichstul afirmou que a melhor definição da operação seria uma combinação de ativos, e não uma incorporação da Brenco pela ETH. Segundo o executivo, as duas empresas são complementares e possuem estratégias semelhantes por concentrar seu principal negócio na produção de bioenergia, seja etanol ou bioeletricidade. Na negociação, a ETH está sendo assessorada pela Estáter Gestão e Finanças e a Brenco pelo Itaú BBA.

Tanto a ETH como a Brenco são empresas relativamente novas no setor sucroalcooleiro, e que adotaram estratégias semelhantes de construir novas usinas (greenfields) dedicadas à produção de etanol e de cogerar energia elétrica a partir do bagaço de cana em polos produtivos. A ETH, controlada pela Odebrecht juntamente com a trading japonesa Sojitz, que possui 33% das ações, possui cinco usinas, três das quais ! são projetos greenfield que estarão em operação até o final de 2009. A Usina Rio Claro, em Goiás, já está em operação desde agosto e a Usina Santa Luzia I, em Mato Grosso do Sul e a Conquista do Pontal, em São Paulo, ligam as caldeiras até o final de outubro. As três usinas seriam unidades iniciais de três polos maiores. Elas iniciam as operações com capacidade de moagem de 3 milhões de toneladas de cana cada uma.

Desde que foi criada, em 2007, a ETH já recebeu R$ 1 bilhão de capital de seus sócios – sendo R$ 204 milhões só este ano. Além dos novos projetos, a empresa também comprou duas outras usinas: a Eldorado e a Alcídia, que moem 2,1 milhões e 2,4 milhões de toneladas, respectivamente. Como essas usinas já estavam operando, isso beneficiou o fluxo de caixa da empresa.

O fato de a Brenco ter se concentrado em grandes projetos greenfield, e não contar com um fluxo de caixa constante, deixou a empresa sem liquidez durante a crise financeira de 2008, o que a levou! à procura de sócios para tocar o projeto. Até o momento, nenhuma das quatro usinas em construção da Brenco entrou em operação, porque a empresa deixou de honrar seus pagamentos com as empresas de máquinas e equipamentos. A expectativa é de que a primeira usina, a Morro Vermelho, em Goiás, entre em operação em cerca de 60 dias. A Usina de Alto Taquari, em Mato Grosso, entrará em operação em março de 2010, e as outras duas, Costa Rica, em Mato Grosso do Sul, e Água Emendada, em Goiás, entram em operação no final de 2010. Todas possuem capacidade de moagem de 3,8 milhões de toneladas de cana cada.

O presidente da Brenco afirmou também que a empresa acabou de receber a última parte da capitalização da companhia, feita via emissão de debêntures, com a entrada de R$ 150 milhões. Apenas em 2009, a empresa recebeu uma injeção de R$ 500 milhões com a emissão de debêntures. Apenas com fornecedores de cana e equipamentos, o mercado estima que a dívida da Brenco ultrapasse R$ 100 m! ilhões. Entre os acionistas da Brenco, estão o próprio Reichstul, o ex-presidente do Banco Mundial James Wolfensohn, o fundador da Sun Microsystems, Vinod Khosla, e o BNDESPar.

Segundo o presidente da Brenco, Philippe Reichstul, a união das duas empresas não será apenas uma forma de solucionar os problemas de caixa da Brenco mas é a preparação de uma empresa líder em bioenergia para uma abertura de capital. “Teremos uma escala atraente, mais competitividade e escala, com uma moagem conjunta de 37 milhões de toneladas de cana, que deverá ser bastante apreciada no mercado de capitais”,disse José Carlos Grubisich.

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