JornalCana

ETH e Brenco formam nova gigante em açúcar e álcool

A ETH e a Brenco irão unir suas operações e se transformar em uma empresa líder no setor de bioenergia, com capacidade para processar 37 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra e gerar e 2.500 Gwh por ano de energia elétrica a partir da biomassa até a temporada 2013/2014. As gigantes do setor sucroalcooleiro, assinaram ontem um memorando de entendimentos para avaliar, em regime de exclusividade, a combinação de seus ativos e operações. A transação está sujeita à finalização da documentação definitiva e da obtenção das aprovações correspondentes. Fontes ligadas às companhias afirmam que a nova fusão será controlada pela ETH.

No próximo dia 14 de outubro a ETH irá inaugurar a usina Santa Luiza, no Município de Nova Alvorada do Sul, no Mato Grosso do Sul. A unidade faz parte do projeto que prevê investimentos da ordem de R$ 6 bilhões nos Estados de! São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Comandada por José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem e tendo como sócia a trading japonesa Sojitz, com 33% do capital, a ETH planeja plantar 520 mil hectares de cana.

Esta semana, a unidade de Rio Claro realizou o carregamento de sua primeira venda de etanol. Um milhão de litros, comprados pela Shell, foram entregues no estado de São Paulo. Mais oito milhões de litros serão fornecidos à Ipiranga, com quem a ETH tem um contrato de longo prazo, ainda no mês de outubro. Ela foi fundada em 2007, e é o braço de bioenergia e açúcar da Odebrecht.

A Brenco, comandada por Philippe Reichstul, ex-presidente da Petrobras, tem plano de investir R$ 5,5 bilhões até 2015, para construir até 12 unidades industriais. O atraso na realização desses projetos foi o principal fator de crise na empresa que vinha passando por um processo de reestruturação financeira. A companhia investiu no plantio de 60 mil hectares de cana, mas não consegui! u processar o produto, o que gerou divisas ao grupo.

Com a união, a empresa chegará em apenas três safras a uma produção de etanol da ordem de 3 bilhões de litros. A perspectivas para o álcool no longo prazo são positivas e analistas apontam a retomada dos projetos inacabados no País.

Nas duas últimas safras, os preços do produto foram depreciados e muitas usinas se tornaram inadimplentes. Com o avanço do ano a cotação do álcool subiu e hoje o combustível é apontado como o vilão da inflação na primeira semana de outubro. Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelam que o preço do álcool combustível teve reajuste médio de 4,51% no período entre 30 de setembro e 7 de outubro. O aumento foi uma das principais contribuições para a elevação do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de 0,18% para 0,25%, na primeira prévia do mês.

A safra sucroalcooleira

O excesso de chuvas continuou atrapalhan! do o processamento da cana na segunda quinzena de setembro. A moagem nas usinas caiu 11,06% em relação a igual período do ano passado, de 33,61 milhões de toneladas para 29,89 milhões de toneladas, de acordo com levantamento divulgado pela União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica).

Dos 30 dias disponíveis para moagem em setembro apenas 20 foram aproveitados. Quando observada a média histórica de 27 dias, conclui-se que somente nesse mês deixaram de serem processadas mais de 19 milhões de toneladas de cana. Enquanto a precipitação pluviométrica mensal do mês de setembro nos últimos 40 anos foi de 65 milímetros, em setembro de 2009 o volume foi superior a 180 milímetros.

O clima também refletiu na obtenção de Açúcares Totais Recuperados (ATR) por tonelada de cana processada. Nas duas últimas semanas de setembro foram obtidos 138,8 quilos, cifra 19 quilos abaixo da média das últimas quatro safras.

A produção de etanol no período foi de 16,43 bilhões de litr! os, 3,08 % inferior aos 16,95 bilhões produzidos na safra anterior. As vendas de etanol (anidro e hidratado) para o mercado interno no mês de setembro atingiram 2,05 bilhões de litros, 14,9% superior ao mês de setembro de 2008.

As exportações no período de abril a setembro de 2009 foram de 2,1 bilhões de litros, 12,52% inferior ao apurado no mesmo período do ano passado, no entanto, houve um incremento de 42,46% no volume de etanol hidratado embarcado.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram