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ETH cumprirá meta de moagem de cana 12/13 até novembro

A ETH Bioenergia, empresa do Grupo Odebrecht, dará um salto na moagem de cana na temporada 2012/13 e ainda assim cumprirá suas metas de processamento em novembro, graças à grande capacidade que permitirá que a companhia recupere o atraso visto no início da safra por conta do clima úmido, disse nesta sexta-feira (14) o vice-presidente de operações da companhia.

A empresa, com capacidade para 34 milhões de toneladas de cana, prevê moer 20 milhões de toneladas em 12/13, crescimento de mais de 60 por cento ante a temporada passada, após pesados investimentos em canaviais feitos ao longo dos últimos anos.

“Neste momento, (a capacidade ociosa) está ajudando… Nós vamos moer tudo, não devemos ter cana bisada neste ano”, disse Luis Felli, vice-presidente de operações da ETH à Reuters, no intervalo de simpósio que reúne representantes do setor sucroalcooleiro no interior de São Paulo, principal Estado produtor do centro-sul do Brasil.

O clima atipicamente chuvoso entre abril e junho atrasou o início da moagem do ciclo 2012/13 e deve levar muitas usinas a estenderem o período de moagem até dezembro ou início de janeiro, um trabalho que normalmente se encerra antes.

Outro reflexo das chuvas atípicas deste ano é a possibilidade de ter a chamada “cana bisada”, deixada em campo para ser colhida na próxima temporada.

O tempo mais seco em agosto permitiu que as indústrias do setor no centro-sul acelerassem os trabalhos. Contudo, o executivo ponderou que, se a ausência de chuvas persistir por muito tempo, poderá ter impacto sobre a cana em desenvolvimento para a colheita no ciclo seguinte.

INVESTIMENTO

No ciclo atual, a ETH tem 400 mil hectares de área cultivada com cana e trabalha na expansão do plantio para atingir a meta de 500 mil hectares até o ciclo 2014/15, quando prevê moer até 40 milhões de toneladas, de olho sobretudo no cenário favorável de longo prazo para o mercado de etanol.

A empresa está em processo final de decisão sobre expandir a capacidade da usina Eldorado, em Rio Brilhante (MS), podendo triplicar a capacidade da unidade das atuais 2 milhões de toneladas. “Estamos bem próximos de tomar esta decisão”, afirmou.

A ETH vem investindo pesado desde sua criação para ampliar tanto a área como a capacidade industrial, em caminho diverso do setor, que viu os investimentos minguarem nos últimos anos por conta da baixa rentabilidade, diante dos custos mais altos para implantação de novas usinas.

Das nove usinas da companhia, seis são dedicadas à produção do etanol. Do lado industrial, a empresa procura investir no aumento da capacidade existente.

“O mercado de etanol teve um crescimento vertiginoso para veículos leves. Temos (no Brasil) uma demanda não atendida de etanol de 10 bilhões de litros, que acaba indo para a gasolina”, disse, acrescentando que a expectativa é que a demanda seja superior à oferta local até 2020.

No momento, a demanda por etanol está sendo deprimida em função de preços pouco competitivos frente à gasolina na maior parte do país.

O etanol é considerado mais vantajoso pelo motorista até um limite de 70 por cento do preço da gasolina, que não tem um aumento há seis anos na bomba, a despeito das oscilações do petróleo no mercado internacional, por decisão do governo, controlador da Petrobras.

DOIS MOMENTOS

“Temos uma fotografia, a de baixa rentabilidade de empresas que inibe novos investimentos… Mas o filme (o longo prazo), em termos demanda interna, tem um cenário positivo e no mundo também”, avaliou, citando ainda as leis que determinam um percentual mínimo do uso de etanol nos EUA e Sudeste Asiático.

Ele pondera que a perspectiva é de redução de custos para a produção da etanol, com melhorias genéticas e tecnológicas, enquanto o custo extração do petróleo tende a aumentar. “É por isso, que a gente acredita mais no filme”, acrescentou.

Com o objetivo de produzir 3 bilhões de litros de etanol em um horizonte de dois anos, se considerar que o mercado brasileiro neste período poderá atingir cerca de 28 bilhões de litros, a empresa deverá ter o equivalente a algo entre 10-12 por cento de participação.

“Não vamos tomar market share, porque (o etanol) vai substituir à gasolina. O Brasil deve importar uns 6 bilhões de litros de gasolina este ano, não é uma situação que se sustente”, avaliou.

Ele observou que o governo está estudando mexer no preço da gasolina e avalia desonerações para o setor, em negociações conduzidas pela associação da indústria (Unica).

Nesta temporada, a empresa espera produzir 1,5 bilhão de litros de etanol, devendo figurar entre as primeiras do ranking do etanol. No ciclo anterior, a produção foi de cerca de 950 milhões de litros.

No açúcar, a produção prevista para esta temporada é de 450 mil toneladas, contra 280 mil toneladas do ciclo 2011/12. O executivo ressalta que essa commodity, mesmo com o preço mais baixo, perto de 20 centavos de dólar, contra um pico atingido de 28 centavos no ano passado, ainda é mais remuneradora do que o etanol hidratado.

Enquanto praticamente toda produção do etanol da ETH é voltada para o mercado interno, o foco do açúcar é para o mercado externo.

Reuters

Autor: Por Fabíola Gomes

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