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Etanol tem papel estratégico contra aquecimento global, diz executivo da Bunge

Foto: Gerardo Lazzari
Foto: Gerardo Lazzari

O autor do artigo “Mudanças climáticas são os novos desafios de inovação na agricultura”, Adalberto Luis Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA e membro do Conselho Administrativo da Fundação Bunge, deixa claro em seu texto a preocupação relativa ao clima e a contribuição que os combustíveis verdes, como o etanol podem dar ao mundo. “Os próximos passos para a manutenção e ampliação da produtividade agrícola envolvem, por um lado, inovação e, por outro, sustentabilidade”, confirma em entrevista exclusiva.

Em seu artigo, ele explica que a agricultura terá de transformar o aquecimento global numa oportunidade de inovação. E nesse cenário, o executivo aponta as contribuições do etanol. “Como sabemos, o dióxido de carbono é o grande vilão do efeito estufa e, por conseguinte, do aquecimento global. A esta altura, qualquer iniciativa que diminua a entrada de dióxido de carbono “novo” na atmosfera é mais do que bem vinda. O álcool da cana utilizado nos motores a combustão faz isso. A cana ao crescer, por meio de uma reação bioquímica amplamente conhecida, utiliza a luz do sol e o dióxido de carbono existente no ar para produzir açúcar. Do açúcar da cana, e de outros produtos como o amido do milho, produz-se o etanol que ao ser queimado nos motores a combustão produz dióxido de carbono que volta para a atmosfera que será “incorporado” por um novo pé de cana, ou outra planta. Não há adição de “novo” dióxido de carbono, o que contrasta com a queima de combustível fóssil”, adianta.

Segundo sua declaração, a tendência é que nos próximos anos, o país tenha um papel preponderante no mercado agrícola global, podendo assumir uma posição estratégica como produtor de biocombustíveis.O Brasil pode e assumirá a posição relevante que lhe cabe no mercado agrícola global, por dois motivos fundamentais: a imensa diversidade ambiental e biológica existente no país e o conhecimento que vem sendo acumulado ao longo das últimas décadas, produzido por um vasto conjunto de instituições de pesquisa e universidades”.

Ele afirma que o mercado mundial deverá cada vez mais olhar para uma economia verde que, além de sustentável, ajude a recompor o que foi historicamente degradado. “Neste caso, o Brasil também tem vantagens competitivas, pois ainda detém amplas áreas prístinas, ainda que sofram imensa pressão antrópica, pressão essa que não contribui com a produção agrícola. Citemos aqui os serviços ambientais proporcionados pela floresta, por exemplo. Assim, não só a produção de etanol, mas a produção de alimentos, pode continuar contribuindo com a posição de destaque do Brasil nessa área. Mas é necessário manter o financiamento da pesquisa científica com vistas a produção de novas informações e adaptações aos desafios em curso causados pelas mudanças climáticas. Acho que a vastidão hídrica do Brasil, águas interiores e marinhas, são muito pouco exploradas para a produção de combustíveis e alimentos”, finaliza.

 

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