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Etanol será o destaque no comércio bilateral

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) reafirmou ontem a estratégia de dar prioridade às relações bilaterais com os Estados Unidos, com destaque especial ao etanol. “Há uma grande convergência entre Brasil e Estados Unidos em assuntos fundamentais para a região e até mesmo para o mundo, como por exemplo o biocombustível”, disse o futuro embaixador do Brasil em Washington, Antônio Aguiar Patriota, cuja percepção é a de que o biocombustível seja hoje um tema mais atualizado entre os dois países do que a Alca.

O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da entidade, Roberto Giannetti da Fonseca, complementou: “Não há dúvida de que o etanol ocupa um lugar de destaque no pedestal, talvez até o primeiro lugar como assunto setorial. Tanto que se houver um acordo estratégico entre o Brasil e os Estados Unidos no nível governamental e também do setor privado, será sobre bioenergia”.

Giannetti disse que em breve será anunciado o Plano da Fiesp para os EUA em 2007. Neste plano deve constar uma série de iniciativas para participação dos empresários brasileiros em feiras, missões comerciais e promoção de investimentos bilaterais, inclusive visitas ao Estado norte-americano.

De acordo com o economista, os EUA perderam importância relativa para o Brasil, onde ocorreu o mesmo movimento em relação ao parceiro norte-americano. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), no ano passado o Brasil exportou cerca de US$ 24,7 bilhões para os EUA, enquanto as importações foram em torno de US$ 14,9 bilhões, com um saldo positivo de US$ 9,8 bilhões para o Brasil.

Para o diretor da Fiesp, os biocombustíveis podem ser uma peça fundamental no processo de retomada do comércio entre os dois países.

Ele explicou que a utilização do milho para fabricação de etanol nos EUA está levando a um conflito entre o uso do produto como combustível e para alimentação naquele país. Nesse sentido, ele disse, o Brasil pode ser a grande solução na medida em que os Estados Unidos desenvolvam mecanismos de importação de etanol brasileiro sem evidentemente agredir ou ofender a sua indústria estabelecida, talvez por meio de uma cota tarifária.

A Fiesp já tem duas missões marcadas para este ano, nos meses de março e setembro, lideradas pelo presidente da entidade, Paulo Skaf, que será acompanhado por um grupo de empresários para tentar desenvolver mais negócios e criar facilidades de comércio entre os dois países. Ele destacou ainda que a entidade acompanhará a visita do presidente Lula aos EUA, entre abril e maio.

De acordo com Giannetti, este ano ocorrerão mais de 15 participações brasileiras em feiras norte-americanas, nas quais serão levados alimentos, equipamentos médico-hospitalares, auto-peças e bioenergia.

A entidade promoverá ainda um seminário de investimentos para atrair investidores para as Parcerias Público-Privadas (PPP), infra-estrutura e joint ventures na área de informática e software.

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