O presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (UNICA), Evandro Gussi, avaliou, durante a 23ª Conferência da DATAGRO, que o cenário global em termos de demanda para os biocombustíveis já está consolidado.
“O desafio é construir uma oferta constante, diversificada geograficamente e ancorada nos três pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental”, disse.
Em relação à descarbonização dos sistemas de transportes, do rodoviáriov, passando pelo aéreo, até o marítimo, a redução das emissões de gases de efeito estufa, observou Gussi, passará por variadas rotas tecnológicas de mobilidade sustentável, de acordo com as características de cada país e/ou região.
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De acordo com o presidente da União Nacional da Bioenergia (Udop), Hugo Cagno Filho, as perspectivas são, de fato, positivas para o setor, especialmente em relação ao etanol, por meio das possibilidades relacionadas ao hidrogênio verde, motorização de veículos híbridos, combustível verde para aviação, e assim por diante. “Esta nova agenda pode desvincular nossa cadeia produtiva dos preços dos combustíveis fósseis”.
O presidente do Sindaçúcar/AL, Pedro Robério, lembrou ainda da importância da aprovação do Projeto de Lei do Combustível do Futuro, proposta que, segundo ele, “carrega tudo o que o segmento de biocombustíveis precisa para se desenvolver ainda mais”.
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O PL traz medidas para estimular o uso de combustíveis sustentáveis no setor de transportes, como o diesel verde e o aumento do teor de etanol na gasolina. A matéria prevê também uma nova política, pela qual as companhias aéreas devem reduzir em 1% as emissões de gases de efeito estufa a partir de 2027, alcançando 10% em 2037. Essa redução será atingida pelo aumento gradual da mistura de combustíveis sustentáveis.
Durante o encontro, o presidente da Bioenergia Brasil e do Siamig, Mário Campos Filho,destacou a importância do diálogo aberto e transparente sobre o etanol, além da necessidade das empresas do setor quebrarem barreiras comunicativas para se aproximarem dos consumidores.
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Ele criticou a falta de previsibilidade da política de preços dos combustíveis capitaneada pela Petrobras. “Isso gera incertezas para todo o setor”. Outro ponto crucial de política pública citado pelo dirigente foi referente à necessidade de retorno do imposto de importação para os carros elétricos.
Também ressaltou o Projeto de Lei 1159/23, de autoria do deputado estadual Raul Belém, em tramitação na Assembleia Legislativa mineira, que propõe o abastecimento exclusivo da frota de carros do governo de Minas Gerais com etanol. “Essa medida poderia impulsionar ainda mais a indústria sucroenergética e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis”, disse.
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Para o presidente do Sifaeg, André Rocha, o setor sucroenergético precisa investir ainda mais em comunicação, a fim de evidenciar não apenas as externalidades ambientais positivas do segmento, bem como suas vantagens econômicas, com foco no consumidor.
Na avaliação do presidente da DATAGRO, Plínio Nastari, o setor passa por um momento virtuoso. “O setor sucroenergético brasileiro passa por um momento virtuoso, sobretudo, em razão, de boas circunstâncias climáticas e, em particular, de mercado, com produtores e empresas ampliando e diversificando investimentos, desenvolvendo novas tecnologias“, destacou Nastari.