“Etanol se encontra em ponto de bifurcação”

A crise vivida pelo setor sucroenergético em 2012 colocou em xeque a política de combustíveis adotada pelo governo. Medidas que visam a recuperação do segmento, como a liberação de financiamentos para a reforma dos canaviais, não convencem os empresários de que realmente a cana-de-açúcar tornou-se prioridade na matriz energética.

De acordo com o diretor do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, o momento é decisivo, principalmente, quando se fala em etanol. “Assim como tantas outras áreas do país, o etanol se encontra em um ponto de bifurcação. Desde 2008, é clara a opção pela gasolina em detrimento ao biocombustível na visão do governo”, afirmou.

Como exemplo da importância da previsibilidade, Pires analisa o cenário americano de combustíveis, que em pouco tempo, superou o Brasil na produção de etanol. “Os americanos avançaram pois são claras as intenções do governo em relação ao biocombustível. Aqui ninguém sabe nada”, desabafou.

Por fim, ele aponta qual seria o caminho da tão sonhada retomada canavieira. “A prioridade é discutir quais as políticas públicas necessárias para alavancar o segmento. Haverá desoneração? A Cide – Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico na gasolina vai voltar?”, encerrou.