Mercado

Etanol: preço estável, mas tendência deve ser de alta

Mesmo sem nenhuma alteração substancial no valor do etanol nos últimos 25 dias em Catanduva, o preço do combustível deve começar a sofrer alterações a partir do próximo mês, ou seja, na próxima semana. A alta coincidirá com o fim da safra de cana-de-açúcar, antecipada em um mês pela maioria das usinas.

Hoje, o combustível é comercializado à média de R$ 1,99 no município. O valor tem sido o suficiente para que os consumidores começassem a utilizar a gasolina. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP, oito postos de Catanduva vendem o biocombustível no teto máximo na cidade, a R$ 1,99.

Outros cinco postos o vendem a R$ 1,98 e apenas três deles a R$ 1,97. Em municípios próximos, como São José do Rio Preto, o preço médio é de R$ 1,85. A região de Marília prevê aumento nos próximos dias.

Dados consolidados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), mostraram queda na produção do etanol.

Vendas

As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul acumuladas de abril até 16 de outubro somaram 11,91 bilhões de litros, 17,92% abaixo do volume vendido no mesmo período do ano passado. Deste total, 10,71 bilhões de litros foram destinados ao mercado doméstico e apenas 1,20 bilhão à exportação. Do montante direcionado ao abastecimento doméstico, 4,10 bilhões de litros referem-se ao etanol anidro e 6,61 bilhões de litros ao hidratado.

Nos primeiros 15 dias de outubro, as vendas de etanol atingiram 825,58 milhões de litros, queda expressiva de 30,10% na comparação com o valor observado em 2010 (1,18 bilhão de litros). Do total vendido na primeira metade do mês, 147,51 milhões de litros destinaram-se ao mercado externo, e 678,07 milhões ao mercado doméstico.

No mercado doméstico, as vendas de etanol de hidratado atingiram 440,57 milhões de litros e as de anidro 237,50 milhões na primeira quinzena de outubro, queda de 29,38% em relação à última quinzena de setembro devido à redução no nível de mistura do produto na gasolina, que passou de 25% para 20% no início do mês.

Segundo Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica, diz que a oferta de etanol deve ser reduzida. “O trabalho de monitoramento constante que vem sendo realizado pelo governo, juntamente com produtores e distribuidores, tem facilitado a antecipação dos problemas de safra e as tendências de demanda, dando maior transparência e previsibilidade aos agentes do mercado”.

Apesar da diminuição da produção, o diretor se mostrou otimista com essa possibilidade. “Como resultado, observa-se uma demanda em linha com a oferta esperada de etanol, sem aumentos e reduções abruptas de preço e volume consumido, principalmente nesse período mais próximo da entressafra”, concluiu o executivo.

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