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Etanol integra agenda de Lula em Havana

Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu, na terça-feira, uma agenda de mais de oito horas na capital cubana, acompanhado de uma delegação integrada pelos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim; de Desenvolvimento, Comércio e Indústrias, Miguel Jorge; da Educação, Fernando Haddad; da Saúde, José Gómes Temporão e do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli de Azevedo.

A visita de Lula, segundo o diário comunista Granma, “contribuirá para aprofundar as relações de amizade e cooperação existentes entre os dois países. No contexto da mesma serão assinados vários acordos em áreas de interesse comum”.

Os acordos comerciais a que se refere o diário são, na realidade, uma série de compromissos pré-agendados há mais de dois anos. O maior dos contratos bilaterais liberados pelo Brasil foi firmado entre a Petrobras e a petrolífera estatal cubana, que passam a desenvolver uma parceria na área petrolífera com a república cubana.

A parceria firmada se desdobra em diversos acordos de cooperação técnico-científicos, em nível de governos, o que amplia as possibilidades de um levante do cerco promovido pelos EUA ao país vizinho, por mais de meio século.

O etanol, um assunto polêmico para o líder comunista Fidel Castro, também faz parte das negociações em curso com a Ilha.

“Eu não descarto (a questão do etanol). Claro que nem Cuba deseja, e nós também não desejaríamos que eles voltassem a uma monocultura canavieira, mas a tradição de cultura de cana pode, eventualmente, ser explorada nesse sentido, também se for de interesse cubano”, ponderou o chefe do Departamento de América Central e Caribe do Itamaraty, embaixador Gonçalo Mourão, presente na comitiva brasileira.

Caso não haja interesse na produção de etanol, o Brasil poderá prestar cooperação em outros campos, como a melhoria da produção da cana, disse Mourão. “Nós hoje no Brasil temos excelência nessa área”, disse.

Quanto às críticas de Fidel Castro, o embaixador salientou que não se dirigiam especificamente ao programa brasileiro de produção de etanol.

“Ele fez ponderações com relação ao que pode ser um problema para países que não tenham perfil para produzir biocombustível sem que isso interfira na produção de alimentos. Países como o Brasil, que têm essa capacidade, achamos que podem desenvolver projetos em benefício próprio. Outros países haverá que, ou pela extensão de terra ou pela natureza da conformação do setor agropecuário, não permitem um cultivo extensivo sem danos marginais à produção agrícola”, afirmou. (com agências internacionais)

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