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Etanol em veículos “pesados” amplia redução de emissões

Além de ser um substituto natural para a gasolina em motos e automóveis, reduzindo em até 90% as emissões de dióxido de carbono (CO2), o etanol também representa uma alternativa viável à utilização do diesel e do querosene em caminhões, ônibus e aviões de pequeno porte. Para a assessora sênior para Assuntos Internacionais da presidência da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Géraldine Kutas, exemplos bem-sucedidos deste tipo de utilização do combustível renovável podem ser encontrados ao redor do mundo.

“Cada vez mais empresas que produzem veículos pesados, como a Scania, MAN Latin America e IVECO, apostam na utilização do etanol como combustível. O maior diferencial desta tecnologia, presente em países como Brasil, Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca, é o seu poder de reduzir em até 90% as emissões de CO2 em comparação com os combustíveis fósseis, um dos principais responsáveis pelo aquecimento global,” informou Kutas, que participou do painel “Biocombustível e Transporte” por meio da parceria da UNICA com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Kutas destacou que existem mais de 800 ônibus movidos a etanol na capital da Suécia, Estocolmo, o que equivale a aproximadamente 50% da frota em atividade no transporte público da cidade. A mesma tecnologia também pode ser vista na cidade de São Paulo, que desde fevereiro de 2011 vem utilizando versões mais modernas destes veículos. Já estão em circulação 60 modelos do ônibus a etanol, fabricados no Brasil pela Scania.

O chefe do departamento de Eficiência Energética da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Philippe Benoit, estima o crescimento das energias renováveis nos transportes para as próximas décadas.

“Prevemos um aumento da participação dos biocombustíveis neste segmento dos atuais 2,7% para 27% em 2050,” revelou.

Para o gerente da empresa de consultoria E4 TECH, Jeroen Daey Ouwens, de todas as fontes alternativas disponíveis atualmente, a que mais apresenta vantagens ambientais e condições de suprir a demanda é o combustível produzido a partir da cana. “O etanol, especialmente o produzido no Brasil, possui um excelente desempenho na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs),” ressaltou. Opinião avalizada pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), que em fevereiro de 2010 reconheceu o produto brasileiro como um “biocombustível avançado.”

Exemplo brasileiro

A Assessora da UNICA citou a experiência brasileira para demonstrar os benefícios ambientais proporcionados pelo avanço do biocombustível no setor de transportes. “O uso do etanol em carros flex, que chegaram ao País em 2003 e já representam mais de 50% da frota leve, evitou que 160 milhões de toneladas de CO2 fossem despejadas na atmosfera. Isso equivale ao plantio de aproximadamente 1,1 bilhão de árvores em um período de 20 anos,” ressaltou.

Segundo Kutas, outro segmento que vem demandando cada vez mais o combustível renovável no Brasil é a indústria de duas rodas. Atualmente, os cinco modelos flex comercializados no mercado nacional pelas montadoras Honda e Yamaha representam 60% das vendas e 7% da frota total.

Ela destacou ainda que o etanol também já é uma realidade no mercado dos aviões monomotores. Tudo começou com o Ipanema, um avião agrícola produzido em escala industrial pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), cujo motor movido a gasolina de aviação foi adaptado para utilizar 100% etanol a partir de 2005. Sete anos após o lançamento no mercado, já foram comercializadas mais de 1100 aeronaves Ipanema, marca líder em vendas no segmento e responsável por cerca de 75% de todos os aviões agrícolas em operação no País.

18/10/12

Fonte: 

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