
O emprego de fontes limpas na matriz energética, como o etanol de segunda geração, é indicado para conter o avanço das emissões de gases de efeito estufa pelo Brasil.
A avaliação é de André Ferretti, coordenador-geral do Observatório do Clima (OC), rede de entidades da sociedade civil formada com o objetivo de discutir a questão das mudanças climáticas no contexto brasileiro.
“É preciso diversificar nossa matriz energética, investindo em fontes limpas como o etanol de segunda geração”, destaca Ferretti em material para a imprensa sobre recente estimativa emissões de gases de efeito estufa do Brasil.
Conforme o relatório, as emissões de gases de feito estufa no Brasil em 2014 permaneceram estáveis em relação ao ano anterior, apesar da queda de 18% na taxa de desmatamento da Amazônia.

O crescimento foi puxado pelos subsetores de transportes, que está emitindo 3% mais do que em 2013; de geração de eletricidade, que teve um aumento de 23%, devido principalmente ao acionamento de usinas termelétricas fósseis para fazer frente à seca que esgotou os reservatórios das hidrelétricas no Nordeste e no Centro-Oeste/Sudeste do país; e de produção de combustíveis, que teve aumento de 6,8% nas suas emissões em razão da produção e do refino de óleo e gás — que inclui a exploração do pré-sal.
“São níveis de emissão incompatíveis com o estado da economia, que ficou estagnada no ano passado”, diz André Ferreira, presidente do Iema (Instituto de Energia e Meio Ambiente), que coordenou as estimativas do SEEG de energia e processos industriais.
“A participação das usinas termelétricas na geração de energia para compensar a crise hídrica que afetou as hidrelétricas foi protagonista nesse resultado”, afirma André Ferretti, gerente de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário e coordenador-geral do Observatório do Clima. “É preciso diversificar nossa matriz energética, investindo em fontes limpas como a eólica e o etanol de segunda geração.”