A produção em larga escala de etanol no Brasil não é considerada prejudicial para a o aumento de veículos elétricos.
Para Adalberto Maluf, ex-presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétrico (ABVE) e atual secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério de Minas e Energia, esse cenário não representa uma barreira para a expansão do setor de carros elétricos.
“Não vemos o etanol como uma ameaça, ao contrário. Uma política inteligente de transição energética deve saber aproveitar o que o Brasil tem de melhor. Temos a melhor indústria de biocombustíveis do planeta e temos uma matriz de geração de eletricidade mais de 80% sustentável”, destacou.
O executivo acrescenta que é necessário trabalhar pela convergência entre essas tecnologias. ”O que não podemos é fechar a porta à eletrificação, a pretexto de beneficiar a indústria de biocombustível. O Brasil é um imenso mercado para todas as tecnologias de baixa emissão”.
“Os eletrificados, hoje, respondem por apenas 2,5% do market share. Podemos avançar muito mais. Se soubermos unir forças e competências, voltaremos a ser líderes globais em transporte sustentável”, ressaltou.
Apesar das incertezas geopolíticas que impactam as cadeias de fornecimento global, o cenário para o mercado de carros elétricos no Brasil mostra-se promissor em 2023. A projeção é que as vendas atinjam um novo recorde, chegando a 80 mil automóveis distribuídos até o final do ano.
O mercado de carros elétricos tem apresentado crescimento exponencial há cinco anos seguidos.
Segundo a ABVE o mês de janeiro deste ano registrou 4.503 carros emplacamentos, o que representa um crescimento de 76% em relação a janeiro de 2022 (2.558). Em fevereiro, o cenário também foi positivo, com 4.294 unidades, 25% a mais do que o mesmo mês de 2022 (3.435).