Mercado

Etanol de milho nos EUA causa guerra de "lobbies"

De outra parte um firme objetivo anual de crescimento do uso de combustíveis renováveis perseguido pelos EUA, materializado pela política de mandatos estaduais que obriga a mistura de etanol à gasolina.

Governadores de vários Estados pleiteiam a suspensão ou redução do percentual de mescla e mais de 100 congressistas aderiram ao pedido feito à EPA, Environmental Protection Agency, o órgão que regula o tema. Produtores de aves e suínos e as multinacionais de grãos engrossaram o coro e – pasmem todos – até a FAO, Food and Agriculture Organization, da ONU entrou na briga.

Do outro lado do campo de batalha, praticamente só em luta que parece inglória, estão os representantes da indústria de etanol. No entanto sua artilharia é pesada. Liderados pela RFA – Renewable Fuels Association, apoiam-se em fatos concretos: mesmo com a quebra de safra ainda há milho suficiente para atender à demanda da produção de etanol, o mercado interno de rações e as exportações do cereal. Outro argumento é de que o mercado se auto-regula – com o aumento dos preços do milho a produção já caiu 15%. Por fim, um ponto que é muito forte na economia norte-americana: as regras existem para serem cumpridas e a regulação não pode ser afetada por uma oscilação de mercado (considerando que o tamanho da safra é adequado para a demanda).

A EPA assiste aos debates, até agora sem grandes manifestações, embora considerando que estamos em um ano de eleições presidenciais. O fato é de que este combate ainda vai ter desdobramentos, particularmente por estar em jogo questão vital relacionada à proteção do meio- ambiente e uma política de uso de combustíveis renováveis que tem sido seguida à risca pelo Governo norte-americano.

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