Mercado

Etanol de 2ª geração de ter produção de 30% a 100% maior, diz pequisador

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Vivian Oswald

Publicado: 30/06/12 – 18h00

BRASÍLIA – Uma das apostas para o mercado de energias renováveis, o etanol de segunda geração – que usa não apenas o caldo da cana, mas o bagaço – está em fase avançada de estudos no Brasil. Integrantes do governo já admitem que o combustível deve se tornar viável em até três anos e pode aumentar de maneira expressiva a produtividade da indústria brasileira, que enfrenta dificuldades desde o início da crise financeira internacional em 2008.

Responsável pela emblemática patente de número mil da Petrobras, que se refere à tecnologia usada na única fábrica deste combustível no país, o vice-diretor da Faculdade de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ney Pereira Junior, afirma que o etanol de segunda geração pode aumentar a produção de 30% a 100%. Tudo depende da combinação tecnológica a ser adotada pelas empresas no país.

– Estamos falando de uma tecnologia emergente, que pode ser produzida em escala semi-industrial. Não se trata apenas de uma promessa de futuro, como outros materiais que estão sendo estudados neste momento – afirma Pereira Junior, que estuda o etanol desde 1984.

Países desenvolvidos têm investido bilhões em pesquisas neste novo produto, tendo em vista que não dispõem das mesmas facilidades de produção e processamento do Brasil. Nos Estados Unidos, onde o etanol é fabricado a partir do milho com fortes subsídios do Estado, o custo da produção é mais alto do que o brasileiro. É por isso, que o país já dispõe hoje de 12 das chamadas plantas demonstrativas, as fábricas onde o combustível é feito antes de poder ser comercializado.

Segundo o professor, os ganhos com o novo subproduto não estão restritos à indústria do etanol, mas também a moléculas de alto valor agregado que já vêm sendo disputadas pelos segmentos, entre outros, de cosmésticos, química, plásticos, farmacêuticos. É isso que deverá garantir a sua rentabilidade no futuro. Embora tenha uma produtividade maior, o etanol de segunda geração ainda tem um custo mais elevado do que o comum.

_ Mas esse custo poderá ser diluído pela combinação das tecnologias, pelo compartilhamento de equipamentos e energia nas fábricas e pela combinação tecnológica das empresas_ explica.

Esta semana, Pereira Junior inaugura no Rio o novo Núcleo de Biocombustíveis de Petróleo e seus Derivados, um complexo com 16 laboratórios altamente especializados, que custou R$ 5 milhões. O centro terá como um dos focos de suas pesquisas não apenas o etanol, mas a renovabilidade em matriz fóssil de maneira geral. O projeto foi feito em parceria com a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

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