Júlio Maria Borges*
Nesta revisão das estimativas de produção de cana, açúcar e etanol fizemos as seguintes alterações em relação à previsão anterior:
- O volume de cana a ser moído no Brasil é maior devido a um clima mais favorável à lavoura;
- Mudamos o mix da produção para um viés mais alcooleiro. Isto devido aos preços relativos do etanol e açúcar, que estão se mostrando mais favoráveis ao etanol. Na versão anterior de nossa previsão admitimos o contrário;
- Menor volume de exportações de açúcar deverá ser realizado. Estamos prevendo um total de 18,5 mi t para as exportações brasileiras de açúcar . Este volume modesto foi verificado no passado na safra 2007/08. Ou seja, retrocedemos 12 anos em exportação de açúcar, significando que atualmente temos no etanol combustível opção melhor de uso da cana que no passado;
- O consumo mensal previsto na safra atual para o etanol no Centro-Sul é de 2,5 bi litros. Nos primeiros cinco meses de safra o consumo mensal foi próximo de 2,7 bi litros . Ou seja, o preço relativo etanol/gasolina na bomba deverá subir na entressafra para inibir o consumo;
- Com maior produção, o atendimento da demanda de etanol combustível será melhor que aquele inicialmente previsto. Mesmo assim estimamos que apenas 34% da demanda potencial de etanol seja atendida;
- Considerando o etanol de milho, com produção prevista de 1,4 bi litros, o Brasil deve bater novo recorde de produção de etanol: 34,3 bi litros. Em 2018/19 foi 33,8 bi litros;
- Os estoques disponíveis para venda de açúcar e etanol, previstos para o final de safra, devem ser relativamente baixos . Isto dará suporte para preços.
A tabela abaixo resume nossas alterações.
ATR representa o total de produto final obtido, ou seja, é açúcar e etanol convertidos em produto único.
*Sócio-Diretor da JOB Economia e Planejamento
Conselheiro de Administração
Email: [email protected]
Site: www.jobeconomia.com.br
Artigo postado originalmente em blog no portal Canal Rural