O Instituto Agronômico (IAC-APTA) recebeu mais um reconhecimento de seu trabalho em dezembro de 2020. O pesquisador Matheus Aparecido Pereira Cipriano foi premiado na categoria pós-doc na Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference – BBEST/BIOFUTURE SUMMIT II, com o trabalho “Effect of beneficial microorganisms on sugarcane plant growth, metabolism, biological control and osil nacterial community”.
A pesquisa multidisciplinar analisou a interação de microrganismos benéficos em mudas de cana-de-açúcar produzidas pelo Sistema de Mudas Pré-brotadas (MPB). Os resultados mostram a otimização da produção de MPB com aplicação de bactérias benéficas e/ou fungos micorrízicos.
Foram observados ganhos de até 80% na produção de biomassa, além de plantas com melhor nutrição e resistentes ao ataque de doenças, como o agente causal da podridão vermelha em cana-de-açúcar. Esse aumento de biomassa pode garantir maior vigor às mudas e reduzir a perda de sacarose causada pelo patógeno Colletotrichum falcatum.
“Tenho orgulho de fazer parte do Instituto Agronômico e agradeço toda equipe do Laboratório de Microbiologia do IAC e os nossos parceiros”, comentou o premiado na categoria mais concorrida do Congresso. Houve cerca de 150 trabalhos inscritos nas diversas categorias, mas a de pós-doutorado é a que gera mais expectativas. As apresentações dos participantes foram gravadas anteriormente e exibidas no Best 2020-21/Biofuture Summit II conferências: Unindo as políticas, a inovação e a ciência para habilitar uma bioeconomia sustentável de baixo carbono.
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O estudo realizado entre 2017 e 2020 contou com experimentos conduzidos em laboratório, onde os microrganismos benéficos (bactérias e fungo micorrízico arbusucar – FMA) foram identificados e caracterizados quanto à produção de compostos que podem favorecer o desenvolvimento da planta e controle do patógeno.
Nos experimentos com planta, em casa-de-vegetação, as MPBs tratadas com os microrganismos benéficos, principalmente isolados bacterianos da espécie Pseudomonas putida, tiveram um aumento na produção de biomassa de até 80% observado após 45 dias do transplante da MPB. “A diferença do crescimento da planta que interagiu com as bactérias é visível a olho nu”, afirma.
Os resultados obtidos neste estudo, assim como outros trabalhos em andamento pelo grupo, apontam que alguns isolados da “Coleção de Microrganismos Benéficos do Centro de Solos” do Instituto Agronômico, além de promoverem o crescimento de cana-de-açúcar atuam no controle biológico da podridão vermelha em MPB. O grupo enfatiza que esses estudos mostram a versatilidade desses microrganismos capazes de desempenhar funções múltiplas, não apenas em cana-de-açúcar, mas também em outras culturas como alface, café e citros, como vem demonstrando os trabalhos desenvolvidos pelo grupo.
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O projeto tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A pesquisa tem colaboração com o Centro de Cana do IAC, do Laboratório de Fitopatologia do Instituto Biológico e do Instituto Holandês de Ecologia.