Mercado

Estudo aponta defasagem no mercado canavieiro

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Um estudo realizado pelo Pecege – Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas , pela Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’ e pela USP – Universidade de São Paulo, com apoio da CNA avaliou o custo de produção de cana-de-açúcar e etanol no Brasil, na safra 2011/12. O resultado mostra que, comparativamente à safra anterior, houve uma redução da competitividade por parte das unidades produtoras e fornecedores tanto do Centro-Sul, quanto do Nordeste.

No ciclo passado, em média, com um valor de R$ 73,00 da tonelada da matéria-prima, os preços pagos pela cana-de-açúcar ainda foram suficientes para cobrir os custos operacionais de produção, isto é, todos os valores desembolsáveis pelos fornecedores acrescidos das depreciações. Entretanto, passados dois anos, a situação não é mais confortável, pois o valor de R$ 64,00 por tonelada não remunera o produtor e acende a luz vermelha no setor.

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José Inácio, da Asplan

E na região Nordeste a situação ainda é mais grave. Além do baixo preço pago pela tonelada, a baixa produtividade histórica, a pequena escala de produção e a intensiva utilização da mão de obra nas operações agrícolas, são agravantes consideráveis na produção regional. “Essa queda de 20% no valor da cana na safra atual comparada a de 2011 compromete a saúde financeira do segmento e seu futuro”, argumenta o diretor da Asplan – Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, José Inácio Morais. Para ele, o valor a ser pago pela tonelada deveria estar oscilando entre R$ 88,00 e R$ 90,00.

José Inácio destaca que a crise que se instalou no setor vem se agravando ao longo dos últimos anos, sob a vista complacente do governo federal que não resolve o problema do preço da gasolina. “O resultado desta política perversa foi o fechamento de cerca de 45 unidades industriais sucroalcooleiras nos últimos anos, o equivalente a 10% das usinas do país fecharam suas portas e quem investiu se arrependeu e quer sair do mercado”, argumenta José Inácio. Recentemente, a Usina Pumati, localizada em Joaquim Nabuco, Mata Sul de Pernambuco, também encerrou suas atividades, assim como quatro empresas em Alagoas e outras tantas estão em estado de pré-falência Brasil afora.

Na Paraíba, segundo o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, a situação é ainda mais preocupante já que o produtor local não tem opção para mudança. “A maior e mais expressiva cultura local é mesmo a cana-de-açúcar, portanto não temos outra alternativa”.

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