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Estratégias de cultivo de cana podem aumentar a produtividade em até 40%

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Para expandir o cultivo de cana-de-açúcar, principalmente para as áreas com maior déficit hídrico, característico na região do cerrado brasileiro, o Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, desenvolve métodos de escalação das variedades, de acordo com o perfil do cenário, para que se possa produzir, em termos relativos, de maneira mais eficiente. O procedimento pode possibilitar aumento de 15% a 40% da produção, segundo os responsáveis.

A pesquisa do IAC cria uma matriz, com uma escala hierárquica entre os ambientes possíveis, que é formada por nove caselas divididas pelos três períodos de colheita (outono, inverno e primavera) e pelas condições de desenvolvimento, dado pelo potencial do solo somado ao manejo a ele conferido, originando assim os ambientes: favorável, médio e desfavorável. “O estudo permite a avaliação das alternativas da produção de cana-de-açúcar em vários cenários pelo IAC. Após a construção da matriz, são analisadas as condições de cultivo dentro dos ambientes de desenvolvimento, com estudos de todas as características do local onde será produzida a cana. Esse método é determinante na Região Centro-Sul, pois considera o déficit hídrico da região”, afirma o pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Marcos Guimarães de Andrade Landell.

Desta forma, ele explica que os três períodos de colheita em conjunto com os três grupos de ambientes geram nove possíveis combinações com potencial produtivos distintos, expostas na forma de uma matriz. “As caselas 1, 2, 3, 4 e 5 da matriz são as que proporcionam melhor desempenho produtivo quando considerado unicamente a produtividade agrícola”.

Os pesquisadores observaram que são nessas caselas que devem ser alocadas as variedades com perfil mais responsivo justamente para explorar melhor o potencial deste ambiente. O pesquisador do IAC afirma que qualquer propriedade possui grande diversidade de ambientes para a produção. Porém, com análise completa das características do local, o produtor poderá plantar variedades adequadas para cada área e, assim, otimizar a produção em cada combinação. “Na maioria das vezes, ocorre a mescla de ambientes favoráveis e desfavoráveis que os proprietários devem otimizar da melhor forma”, explica Landell.

O pesquisador explica que para as caselas 6, 7, 8 e 9 da matriz, utiliza-se variedades com perfil rústico que possibilitem menores perdas em um ambiente mais hostil para a produção. “Assim, procura-se definir as variedades conforme a aptidão de sua maturação, mas considerando também seu o perfil de resposta, ou seja, se são responsivas, rústicas e estáveis. A combinação do perfil responsivo da variedade com o potencial da casela ambiental é que definirá a escalação das variedades neste contexto de diversidade”, explica Landell.

O IAC realizou 264 experimentos durante 15 anos e concluiu que existe uma ordem hierárquica da produção de cana-de-açúcar nas matrizes.

A técnica vem sendo aplicada principalmente por empresas que têm produção em todo o período de safra, aproximadamente 220 dias ao longo do ano. (Com informações do IAC)

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