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Estoque de etanol cai e demanda cresce

Com dois terços da safra 2009/2010 percorridos, o estoque de etanol acumulado pelas destilarias do Centro-Sul do Brasil durante o período de produção, entre abril e outubro, é de 2,414 bilhões de litros, 36,9% menor que o acumulado em igual período da safra passada. No início de outubro de 2008, o volume atingia 3,829 bilhões de litros.

No sentido inverso, a demanda pelo combustível cresceu 16,81%, se comparados os mesmos períodos, o correspondente a 1,713 bilhão de litros, de acordo com levantamento feito a partir de números divulgados pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Como a oferta de etanol caiu 3,08%, de 16,9 bilhões para 16,4 bilhões de litros no período, ou 500 milhões de litros, o resultado natural foi a disparada nos preços do combustível renovável nas unidades produtoras, de quase 59% entre o início de abril e o início de outubro. O reajuste na! s destilarias foi devidamente repassado aos postos e aos consumidores do etanol hidratado, cuja produção corresponde a 75% do total.

Segundo a Unica, o cenário só não foi pior porque as exportações de álcool recuaram 28% entre abril e outubro de 2008 e de 2009, o que corresponde a um volume de 821,48 milhões de litros que, teoricamente, foi produzido para o mercado interno. Outro fator que evitou uma disparada ainda maior no preço do combustível foi o alto estoque de etanol no início da safra 2009/2010, de quase 2 bilhões de litros.

“Na prática, consumimos o estoque do ano passado, porque a oferta do álcool caiu até agora”, disse Luiz Carlos Corrêa Carvalho, diretor da Canaplan Consultoria. “Na minha vida eu nunca vi uma safra tão complicada como essa”, completou, numa referência ao atraso na moagem da cana e na produção de álcool em virtude das chuvas constantes durante a colheita.

CARROS. O executivo considera natural que o controle na demanda venha a ocorrer pelo consumidor de hidratado que possui um carro flex fuel. O preço do etanol hidratado aumentaria até se tornar inviável economicamente diante do preço da gasolina, o combustível de petróleo seria preferido na hora do abastecimento e a procura pelo álcool cairia. “Isso mostra a falta de maturidade e de planejamento do produtor e do governo, que sabem que cana é agricultura e tem um risco e que deveriam avaliar antes de o problema ocorrer”, disse.

Já Antonio Pádua Rodrigues, diretor da Unica, reafirma que o mercado do etanol será regulado pelo consumidor de flex fuel, dono de 36% da frota brasileira de veículos, e que optará por abastecer com gasolina quando o preço do álcool atingir 70% do valor do combustível de petróleo.

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