JornalCana

Estocagem de álcool deve ser bancada pelo setor privado, diz rodrigues

“O etanol é combustível, portanto é estratégico para o país e precisa de regras, mas cresce no governo a idéia de que a estocagem deva ser uma função da cadeia produtiva, a partir do compartilhamento de interesses”. A afirmação foi feita pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, após participar da reunião da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool. “É preciso encontrar mecanismos privados para bancar a estocagem”.

O ministro afirmou que o governo e o setor privado estudam acoplar a questão tributária às discussões sobre estocagem. A câmara propõe o restabelecimento da regra geral para álcool anidro e álcool hidratado, com incidência não cumulativa de PIS/Cofins. A estimativa da câmara setorial é de que R$ 250 milhões sejam sonegados anualmente neste tributo.

Ainda sobre a tributação do setor sucroalcooleiro, o ministro destacou que os exemplos dos estados de São Paulo e Goiás devem ser seguidos. Segundo ele, São Paulo aumentou a arrecadação do ICMS após reduzir a incidência do imposto sobre o etanol, sobretudo o álcool hidratado. A Assembléia Legislativa de Goiás está propondo a redução de 26% para 15% a incidência do ICMS para álcool hidratado. “A medida só depende de publicação no Diário Oficial do Estado e sanção do governador (Marconi Perillo)”, explicou o ministro

Ao sair da reunião, Roberto Rodrigues descartou a necessidade de importação de álcool em função da elevação dos preços do produto. “Os estoques da entressafra são suficientes para atender o consumo interno”, garantiu o ministro. O estoque de passagem chega a 4 bilhões de litros para um consumo interno mensal de 1,2 bilhão de litros em média. Rodrigues informou ainda que os preços do álcool anidro e hidratado na usina caíram a R$ 1,01 e R$ 1,02. O governo aguarda os efeitos da redução ao consumidor.

Expansão – Representantes da câmara setorial apresentaram ao ministro Roberto Rodrigues um cenário sobre a expansão do setor sucroalcooleiro nos próximos seis anos. Segundo o vice-presidente de operações da Dedini/Indústrias de Base, José Luiz Olivério, em função do aumento da demanda de açúcar e álcool, o Brasil deverá aumentar de 386 milhões para 570 milhões de toneladas a produção cana-de-açúcar até a safra 2010/2011.

Na avaliação da Dedini, para processar mais 184 milhões de toneladas de cana-de-açúcar será preciso implantar 73 novas usinas no país, com investimentos da ordem de R$ 14 bilhões. O vice-presidente de operações explicou que das 73 novas usinas, 26 já estão em fase de montagem e implantação e outras 29 encontram-se em estudos.

Olivério afirmou que o grande gargalo para atingir a meta até 2010/2011 é a expansão agrícola. Para ampliar a área plantada seriam necessários investimentos de R$ 7 bilhões. Além de recursos do setor privado, as fontes de financiamento tanto para as novas usinas como para a expansão agrícola, segundo o executivo, seriam os bancos que operam com o crédito rural, como o BNDES e o Banco do Brasil

“Esta expansão visa atender mais o mercado interno, pois o grande fator de alavancagem é a demanda por álcool devido ao crescimento da comercialização de carros flex fuel”. De acordo com Olivério, em 2005 houve um aumento de 70% nas vendas de carros bi-combustível e para 2006 a expectativa é de um crescimento acima de 80%.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram