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Estiagem já preocupa

A falta de chuvas em Mato Grosso já preocupa a indústria sucroalcooleira, que está em plena fase de colheita e moagem. Até agora, segundo levantamento do Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool) foram moídas 8,64 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, correspondendo a 60% do total previsto para este ano, 14,40 milhões de toneladas. No ano passado, as usinas moeram 14,05 milhões de toneladas de cana.

“A moagem caminha dentro da normalidade, mas se a estiagem continuar na segunda quinzena deste mês poderemos ter problemas”, alerta o diretor executivo do Sindálcool, Jorge dos Santos. Segundo ele, a carência de chuvas nas regiões produtoras poderá impactar na qualidade da cana. “Sem chuva, aumenta a quantidade de fibras, a cana seca e, com isso, temos perda de produtividade”, explica.

Santos informou que, apesar dos preços atrativos do açúcar no mercado internacional este ano, os usineiros mato-grossenses deverão manter a preferência pelo álcool até o final da safra, à proporção de 65%, contra 35% do açúcar, devido à questão da logística. “Sem logística adequada não há como vendermos para outras regiões ou mesmo exportarmos”, diz, acrescentando que safra mais alcooleira “é bom para o consumidor porque a oferta de produtos fica dentro das necessidades do mercado e, com isso, não há ameaça de aumento dos preços na bomba”.

Este ano as usinas mato-grossenses repetiram a área plantada de 2009, cultivando 200 mil hectares de cana-de-açúcar. A expectativa é produzir 450 mil toneladas de açúcar – incremento de 8,43% em relação à safra do ano passado, 415 mil toneladas – e 850 milhões de litros de etanol. Deste total, 550 milhões de litros serão de etanol hidratado (combustível) e, 500 milhões de litros, anidro (usado na mistura com a gasolina). No ano passado, Mato Grosso produziu 830 milhões de litros de etanol, 2,41% a menos que nesta safra.

Segundo Jorge dos Santos, este ano as usinas deverão produzir um pouco mais de álcool anidro para atender os mercados de Acre, Amazonas e Rondônia, que estão consumindo mais gasolina do que etanol e, por isso, há exigência de mais anidro para a mistura.

BRASIL – A previsão da safra de cana-de-açúcar que está sendo moída pelas usinas brasileiras, este ano, é de 651,51 milhões de toneladas. Se confirmada, haverá aumento de 7,8% na produção total em relação ao ciclo 2009/2010, mantendo, ainda, o recorde nacional. O resultado faz parte do segundo levantamento da safra divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A elevação desses números se deve, além da entrada em operação de novas usinas em alguns estados do Centro-Sul, ao bom regime de chuvas no ano passado que, por outro lado, prejudicou a colheita anterior.

Em agosto, a colheita, ainda em fase intermediária, atingiu 60% da maior parte dos canaviais. Do total de cana a ser esmagada, 54,9% (357,5 milhões t) são destinadas à produção de 28,4 bilhões de litros de álcool. Deste volume, 20,2 bilhões de litros são do tipo hidratado e 8,2 bilhões do anidro. Os 45,1 % (294 mil t) restantes vão para a produção de 38,1 milhões t de açúcar. Na safra 2009/2010, foram produzidas 33 milhões t do produto. O consumo interno deve chegar a 11,11 milhões de toneladas.

Comparado ao primeiro levantamento, realizado em abril, houve redução de 2%. A produtividade média também caiu 2,8% sobre a pesquisa anterior, passando agora a 79,8 toneladas por hectare. O motivo é a estiagem nas áreas produtivas da região Centro-Sul, desde abril, que prejudicará também o desenvolvimento da cana a ser colhida na próxima safra.

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