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Estiagem crítica alerta para necessidade de controle da irrigação nos canaviais

Iniciativa garante longevidade e altas produtividades

A irrigação é parte essencial da produção de alimentos desde a descoberta da agricultura. Porém, em dado momento, houve uma separação entre as áreas. Avanços tecnológicos desenvolveram técnicas para facilitar o convívio com o déficit hídrico, mesmo que isso afetasse a produtividade, à mercê de fatores climáticos. Por anos, a agricultura se desenvolveu assim, mas essa separação vem cobrando seus resultados.

Após a grande seca de 2014, o Brasil, em especial a região Centro-Sul, tem sofrido. Agora, em 2021, passamos talvez pela pior crise hídrica da história.

A cana-de-açúcar, por exemplo, ocupa uma área de 9 milhões de hectares no Brasil, que é o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, sendo o Centro-Sul a principal região produtora.

Segundo estimativas do setor, com a crise hídrica, acredita-se que na safra 21/22 haja uma quebra de 10 a 15% na produção de cana, somente em São Paulo. É como se 7 grandes usinas simplesmente fechassem suas portas, um dado alarmante. Uma vez separadas, agricultura e irrigação parecem ter se unido como importante ferramenta para combater os cíclicos períodos de estiagem.

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Dentre as ferramentas, a irrigação por gotejamento é a que mais se destaca, deixando o produtor no controle, sem depender de condições climáticas. Além do aumento expressivo de produtividade e longevidade do canavial, maior TAH e redução de custos.

Sistemas subterrâneos permitem irrigar 100% da área plantada, facilitando a operação de máquinas no campo. Além de garantir a quantidade ideal de água e nutrientes através da nutrirrigação, praticamente anulando os impactos climáticos.

No Brasil, existem áreas com sistemas implantados há mais de 20 anos funcionando com excelente desempenho, sendo, inclusive, possível operar a irrigação, em tempo real, por dispositivos móveis.

Sensores espalhados pelo campo captam dados de solo, desempenho e saúde das plantas, o que resulta na redução de custos ao evitar falhas de produção e desperdícios de insumos, tornando a atividade mais rentável.

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Há vários resultados de sucesso em usinas da região Centro-Sul que adotaram a tecnologia. Uma unidade em Minas Gerais produziu em 12 anos, sem reforma do canavial, a média de 90 toneladas por hectare. Após o período, decidiram reformar o canavial e mudar a variedade. No primeiro ano, obtiveram média de 192 ton/ha. Hoje, no 7º corte, tem média de 147 ton/ha.

Em São Paulo, uma usina manteve produtividade média de 124 ton/ha em 7 cortes, onde em sequeiro alcançou-se 79 ton/ha em apenas 5 cortes, reduzindo custos de produção em até 25%.

As que adotaram a tecnologia estão surpresas com a produtividade atingida, cerca de 220 ton/ha. Em um ano em que muitos estão receosos quanto a quebra.

São esses casos que deixam claro que a irrigação sempre fez parte da produção de cana-de-açúcar e demonstram que o gotejamento fornece uma solução muito além da produtividade.

Esta matéria faz parte da edição 329 do JornalCana. Para ler, clique AQUI!

 

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