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Estatal quer usar energias alternativas

A estatal federal Eletrobrás gastará US$ 600 milhões por ano para adquirir energia produzida por geradores privados a partir de fontes alternativas -eólica (dos ventos), biomassa (de resíduos orgânicos, como bagaço de cana) e PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas).

Como parte de um programa do governo para estimular essas formas de geração, a Eletrobrás selecionou 126 projetos privados com capacidade de 3.300 MW, energia suficiente para suprir as necessidades de cerca de 3 milhões de famílias de classe média. As empresas, que no conjunto investirão R$ 8,6 bilhões, vão instalar unidades até o final de 2006.

Para viabilizar os projetos, a Eletrobrás garantirá a compra da energia por 20 anos, e as empresas receberão financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). As unidades entrarão em operação até 2006.

O novo presidente da companhia, Silas Rondeau, disse que o preço pago será de US$ 50 a US$ 60 por MWh. É um preço maior do que o que a Eletronorte (subsidiária da Eletrobrás) cobra da Albrás, da Vale do Rio Doce.

Embora num tom mais moderado, Rondeau -cuja indicação foi atribuída ao PMDB, especialmente ao presidente do Senado, José Sarney (AP)- continuou defendendo duas das principais bandeiras de seu antecessor, Luiz Pinguelli Rosa.

São elas: a permissão de que a estatal possa ser majoritária em novos projetos e a contabilização integrada das metas de superávit primário de Itaipu e da Eletrobrás. Hoje, elas são separadas. Para 2004, a meta da Eletrobrás é de R$ 1 bilhão. A de Itaipu, de R$ 4 bilhões.

Segundo Rondeau, a “vontade do grupo é ter uma participação mais efetiva” na expansão do setor elétrico e mostrar ao governo que a Eletrobrás têm condições de aumentar sua participação induzindo investimentos privados e atraindo capital externo.

Apesar de estar fora do PND (Programa Nacional de Desestatização) desde o início do ano, há uma “orientação de natureza política do governo”, segundo ele, para a estatal ter, no máximo, 49% de participação em novos empreendimentos.

Dois projetos de usinas hidrelétricas interessam à Eletrobrás -um no Rio Madeira e o de Belo Monte, cuja capacidade será de 5.500 MW.

A estatal também quer investir em duas linhas de transmissão: uma para ligar Manaus à usina de Tucuruí, e outra, Mato Grosso a Rondônia e ao Acre.

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