“Estamos moendo usinas ao invés de cana”, diz Mônika Bergamaschi

 

 

Wellington Bernardes, da Agrishow

A secretária da agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, acompanhou o governador Geraldo Alckmin, em sua visita aos stands da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo na 21ª Agrishow, em Ribeirão Preto, SP.

Bergamaschi foi direta ao afirmar que a crise do setor sucroenergético deve ser tratada com seriedade. “Ao invés de moermos cana, estamos moendo as usinas, os empregos e as indústrias de base”, enfatizou.

Quando questionada sobre a importância da feira para fortalecer o setor sucroenergético, a secretária é cautelosa. “Não é possível que tenhamos que contribuir em um mercado que está completamente deformado em vista de uma subvenção que é dada em cima do preço da gasolina e que impede que o setor distribua os seus custos ambientais, sociais e econômicos”, explicou. Para Mônika, é difícil que o setor supere a crise sem políticas que estimulem a produtividade de toda a cadeia. “Necessitamos de uma reforma rápida, para que tire essa miopia sobre o setor, e assim tenhamos de novo o etanol, o açúcar e a energia limpa no patamar que merecem”, concluiu.

Mônika mostrou entusiasmo com as novas tecnologias produzidas no Centro de Cana do IAC, localizado no mesmo espaço do evento. “Nossa grande contribuição para o setor é com pesquisa e ciência, temos mais de 20 variedades de cana-de-açúcar”, afirmou. Bergamaschi também lembrou de duas grandes criações do IAC, a biofábrica de muda de cana e o desenvolvimento da tecnologia de MPB ­– Mudas Pré-brotadas. ”Temos feito tecnologias para obter melhores produtividades por hectare”, explicou. Mas a secretária faz ressalvas quanto ao desenvolvimento do setor. “Para que tudo isso se sustente, tanto a feira e suas articulações com o setor sucroalcooleiro como a parte agrícola, é fundamental que haja mudanças no cenário federal, principalmente na política e numa visão diferente que possa ser dada ao etanol”, afirmou.