Mercado

Estado de Alagoas cresce como potencial exportador

Os micro e pequenos negócios alagoanos vão de vento em popa. Nos últimos anos, Alagoas vem conquistando seu espaço no exterior como um dos maiores estados exportadores da região Nordeste. A lista de produtos inclui artesanato, móveis, plástico, sucos de frutas, açúcar, peixes e flores tropicais.

Essas últimas já conseguiram ultrapassar todo o faturamento de 2004, em apenas quatro meses deste ano. A atividade de piscicultura também não ficou atrás e, no último mês, participou da Exposição de Alimentos Marinhos, na Bélgica, abrindo leques de oportunidades de negócios com empresários estrangeiros.

De acordo com Eligius Hoen, coordenador do Projeto de Exportação do Sebrae em Alagoas, entre os produtos enviados, o segmento das flores tropicais é o que mais se destaca no Estado. No ano passado, foram produzidas 225 mil hastes, das quais 32% foram exportadas para Portugal, França e Holanda. Segundo Hoen, o setor faturou, de janeiro deste ano até o mês passado, US$ 60 mil, o dobro do total obtido em todo o ano de 2004, US$ 30 mil.

As exportações foram viabilizadas por meio da participação de rodadas de negócios em eventos apoiados pelo Sebrae. No mês de abril, uma remessa de 256 quilos de flores e folhagens foi enviada para Cabo Verde, na África. Dentre as espécies que desembarcaram no país africano estão helicônia, alpíneas e folhagens diversas. Ao todo foram dez espécies com potencial para comercialização na faixa costeira ocidental do país.

A nova rota de comercialização é resultado das negociações entre a Cooperativa dos Produtores e Exportadores de Plantas, Flores e Folhagens Tropicais de Alagoas (Comflora) e compradores, durante o 9º Encontro Internacional de Negócios em Fortaleza, promovido pelo Sebrae e Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil). O Encontro contou com a presença de 12 países e foi uma estratégia das instituições para promover a exportação das empresas nordestinas.

Tilápia na Alemanha

Dando continuidade ao trabalho de divulgação da produção alagoana, os produtores da região do Baixo São Francisco participaram, no mês de abril, em Bruxelas, na Bélgica, da Exposição Européia de Alimentos Marinhos, um dos maiores eventos mundiais no setor pesqueiro.

A idéia era divulgar o potencial produtivo do peixe tilápia no Estado e a Câmara Setorial de Aqüicultura. Segundo Miguel Ângelo Rodrigues, gestor do projeto do APL de Piscicultura do Sebrae, o potencial de produção da região é de até 600 mil toneladas de tilápia por ano. “A expectativa é que passemos a produzir três mil toneladas do produto até o fim de 2007”, conta.

A atividade da piscicultura no Delta do São Francisco é um dos dez Arranjos Produtivos Locais (APL) trabalhados pelo governo de Alagoas. O trabalho é realizado por meio da Secretaria Executiva de Planejamento, em parceria com o Sebrae.

O APL em Alagoas

O governo do Estado, em parceria com o Sebrae, lançou no ano passado o Programa de Arranjos Produtivos Locais de Alagoas, que define as estratégias de ações visando a geração de ocupação e renda tendo como foco os micros e pequenos negócios. A coordenação estadual do programa é formada pela Secretaria do Planejamento e o Sebrae.

Os Arranjos Produtivos Locais são aglomerações de empresas e produtores localizados em um mesmo território que apresentam afinidade produtiva. O objetivo dos APL é aumentar a interação entre os empreendedores, possibilitando sua organização para captação de investimentos, inovação tecnológica e aumento do dinamismo empresarial de uma região. O projeto envolve o estudo de viabilidade de atividades econômicas em 60% dos municípios alagoanos, beneficiando 27 mil pequenos produtores.

Até o momento, o Estado possui dez arranjos produtivos. No agreste alagoano há os APL da mandioca e de movelaria. No sertão foram fomentados os arranjos de laticínios, apicultura e ovinocaprinocultura. No Delta do São Francisco o apoio é à atividade da piscicultura, e em Maceió são incentivados dois APL nas áreas de serviço, um de Tecnologia da Informação e um pólo de Cultura no Jaraguá. Na área de turismo, dois arranjos produtivos incrementam as atividades turísticas do Estado.

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