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“Esperamos ansiosos pelo etanol de segunda geração,” diz embaixador

Na Europa, não é exagero dizer que uma das políticas mais agressivas para os biocombustíveis, particularmente o etanol, é a do governo da Suécia. Foi na capital do país, Estocolmo, que em 1990 teve início um ousado projeto para o transporte público baseado no produto. O país também tem sido forte importador de etanol de cana-de-açúcar do Brasil, o que o credencia como importante parceiro comercial.

Sendo peça chave para que os suecos possam avançar nos esforços de substituição de combustíveis fósseis, será preciso ampliar a oferta de etanol, algo que o país entende que possa acontecer com a chegada da chamada tecnologia de segunda geração. Foi o que afirmou na quinta-feira (17-05) o embaixador da Suécia no Brasil, Magnus Robach, em visita à sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em São Paulo (SP).

“O etanol é um investimento que se busca na Suécia. Esperamos, com natural ansiedade, a tecnologia de segunda geração para produzi-lo,” disse Robach. Ele acredita que há um potencial ainda adormecido para a demanda do biocombustível tanto em automóveis quanto no transporte público sueco, e que para isto o etanol de segunda geração é crucial.

A chamada segunda geração para produzir etanol faz uso da biomassa, como o bagaço e a palha da cana, para sua fabricação. Embora a tecnologia seja proclamada como dominada por algumas empresas, ainda há entraves em relação ao custo de produção – que é mais caro que o processo tradicional de manufatura do etanol com o uso do caldo, por fermentação.

O embaixador sueco foi recebido pelo diretor executivo da UNICA, Eduardo Leão de Sousa, que fez uma apresentação sobre o atual estágio do setor sucroenergético brasileiro. “É muito salutar que a Suécia esteja tão interessada no trabalho que estamos desenvolvendo no Brasil,” afirmou Sousa.

Robach explicou que há cerca de 15 anos o governo sueco teve a visão de uma economia sem energia fóssil, e foi estabelecido um plano para reduzir a dependência de petróleo e gás do país: “O etanol mostrou ser um caminho, um setor muito promissor com o uso em ônibus no transporte público e no trânsito em geral, uma política que se mantém forte”.

Ethanol Summit

No mês de junho de 2011, durante o Ethanol Summit realizado em São Paulo pela UNICA, o gerente de projetos da Empresa de Transporte Público de Estocolmo, Lennart Hallgren, apresentou em detalhes a experiência sueca. “Em Estocolmo, nosso planejamento não considerou apenas as questões climáticas, mas também políticas. Nossos políticos estão traçando metas ambiciosas para que todo o nosso sistema de transportes opere com energia limpa. Atualmente, todos os nossos trens trafegam com eletricidade obtida a partir de usinas hidrelétricas,” afirmou na época.

Em fevereiro de 2011, a Prefeitura de SP lançou o Programa Ecofrota, que utiliza versões mais modernas dos ônibus movidos a etanol que circulam em Estocolmo, produzidas no Brasil pela montadora sueca Scania. Atualmente, 50% dos ônibus que circulam na capital da Suécia são movidos a etanol. A meta, de acordo com Hallgren, é converter toda a frota até 2025, eliminando por completo o uso de combustíveis fósseis.

Unica

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