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Especialistas analisam o mercado de etanol no Brasil

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Na manhã de terça-feira, 28/8, um dos pioneiros do Proálcool, Luiz Gonzaga Bertelli (foto), falou sobre a contribuição do etanol para o desenvolvimento do setor sucroenergético. Ao lado de Manoel Ortolan, presidente da Orplana – Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil, o representante criticou a política de preços dos combustíveis nacional, lembrando que a realidade é bem diferente do que é divulgado. “Vivemos sob a influência de uma propaganda enganosa de autossuficiência passada pela Petrobras no que diz respeito ao mercado de combustíveis. Sabemos que o petróleo continuará sendo a maior fonte de energia do mundo, mas no Brasil, a capacidade de refino está esgotada”, afirmou.

Já Ortolan lembrou que investimentos advindos do governo estão acontecendo quando se pensa em energia. Contudo, a geração renovável não é a prioridade. “Gastamos grandes recursos em térmicas movida a óleo diesel e carvão, além da importação de derivados de petróleo, por exemplo. Com isso, deixamos de lado a biomassa, que traria melhores resultados ao país. É no mínimo estranho”, reclamou.

Bertelli citou alguns dos problemas do segmento, como a má divulgação dos benefícios gerados pelo etanol. “Deveríamos falar mais dos benefícios à saúde do álcool. Apenas na cidade de São Paulo mais de mil novos carros flex são licenciados todos os dias. Estudos apontam que os paulistas vivem, em média, 10 anos menos que o restante do país por conta de problemas de saúde. A qualidade do ar tem influência direta nesta informação. Imagina o quanto o etanol poderia ajudar nesta questão”, indagou.

Analisando a história do biocombustível, Ortolan lembrou que depois de muito lutar, o Proálcool emplacou e encantou o mundo, se tornando uma questão de segurança energética em nosso país. Porém, essa evolução, estagnou. “Construímos um dos maiores programas de energia renovável do mundo. Contudo, hoje, parece que estamos andando para trás. Produtores estão arrendando suas terras porque os preços da cana não são suficientes, além das unidades que estão fechando. Temos clima favorável e éramos altamente competitivos. Ao longo dos anos, fomos queimando a gordura que tínhamos e hoje não temos mais capacidade de investimentos pois não há retorno”, finalizou.

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