JornalCana

Esmolas, não!

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— Agora vamos resolver o problema do etanol. Chegou o momento. Vamos tratar o etanol como assunto de importância estratégica para o Brasil.

A frase é da presidente Dilma Rousseff, que em 27 de fevereiro, ao final da reunião do CDES — Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, fez um importante pronunciamento, deixando toda cadeia produtiva otimista a respeito do futuro do segmento.

Em decorrência do pronunciamento, um pacote de medidas foi anunciado. Algumas já instaladas, como a volta dos 25% de mistura do etanol na gasolina, a partir do próximo dia 1º de maio. Outras, como a isenção de impostos federais sobre a cesta básica, que inclui o açúcar, estão na prateleira. Considera-se também uma possível desoneração tributária do PIS/Cofins do etanol, conforme afirmou em entrevista na página 13 desta edição do JornalCana, o diretor do departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles.

Promessas à parte, alguns líderes do setor acreditam que as soluções que o segmento necessita devem contemplar medidas de longo prazo. Luiz Custódio Cotta Martins, coordenador do Fórum Nacional Sucroenergético, por exemplo, entende que as medidas pontuais não resolvem completamente os problemas do segmento.

Custódio reivindica a volta da Cide na gasolina, o que pode ser um diferencial para o etanol e que faz com que o derivado de petróleo acompanhe os preços internacionais, de acordo com a realidade do mercado. Com isto, o etanol não se defasa no preço, uma vez que 25% dele vem diluído na gasolina. A Unica – União da Industria de Cana-de-açúcar, partilha da mesma opinião, e complementa, afirmando que o fantasma da crise que assombra o setor será exorcizado se o governo definir o papel do etanol na matriz energética brasileira, definindo a forma de administrar o preço da gasolina, garantindo previsibilidade e evitando instabilidades e distorções no mercado de combustíveis.

Já o empresário Sylvio Nóbrega Coutinho, diretor presidente da Usinas Itamarati, MT, possui uma das opiniões mais contundentes e que talvez melhor expresse o que pensa a indústria sucroenergética sobre auxílios paliativos do governo:

— “Esmolas não. O setor não quer esmolas, quer apenas definição de políticas claras para produzir.

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