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Escassez de crédito afeta hedge de açúcar

Até o fim de janeiro, as usinas brasileiras haviam fixado na bolsa de Nova York o equivalente a 27,3% do total do açúcar a ser exportado pelo país em 2015/16, segundo estimativa da consultoria Archer Consulting. Nos cálculos da empresa, o preço médio do hedge desse volume ficou em 17,34 centavos de dólar por libra-peso.

Considerando que as companhias aproveitaram a valorização do dólar para melhorar os preços em reais, a consultoria calcula que, na média, as usinas foram capazes de fixar a commodity para exportação ao equivalente a R$ 985 por tonelada.

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O diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Correa, diz que, apesar de o câmbio ter ajudado na precificação em reais, a questão é que o volume de açúcar com preços “protegidos” está muito abaixo do realizado no mesmo período do ano passado. Conforme os cálculos da consultoria, há um ano, as usinas haviam precificado 40,88% de sua exportação – nos mesmos patamares de hedge de 2015/16 (17,34 centavos).

“O ritmo de venda futura está ‘sensivelmente’ mais baixo em relação ao mesmo período do ano passado. A falta de crédito e a percepção por parte das usinas de que os preços em reais serão melhores este ano estão entre as principais razões”, afirma Correa.

O especialista acrescenta que as corretoras estão cada vez são mais seletivas na escolha de seus clientes, inibindo a antecipação de hedge que demanda garantias a serem depositadas. “As tradings, que não tiveram um ano muito bom em virtude da deterioração dos prêmios no mercado físico, diminuíram o apetite para contratos de longo prazo”, observa. Assim, avalia, muitas usinas vão vender açúcar da “mão para a boca”, com alta exposição às oscilações do mercado.

De forma geral, não há ainda um consenso entre especialistas sobre o rumo dos preços do açúcar nos próximos meses. Conforme traders, o comportamento dos preços do etanol no Brasil – que influenciam a produção de açúcar no país – e eventuais problemas climáticos na safra brasileira 2015/16 serão fundamentais na formação de preços da commodity.

(Fonte: Valor Econômico)

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