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Equipav sai de concreto para focar em etanol e concessões

Depois de mais de três décadas atuando na área de concreto, o grupo Equipav optou por deixar o negócio e concentrar sua atuação mais fortemente em etanol e concessões de rodovias e de saneamento básico. O grupo desfez a joint-venture que detinha, em partes iguais, com a Camargo Corrêa Cimentos, que havia sido formada no ano passado. A metade das ações foi vendida à própria Camargo Corrêa por R$ 133 milhões, que passou a controlar 100% da Companhia Brasileira de Concreto, dona das marcas Concrepav e Cauê e responsável por 8% do mercado.

“Quando fizemos a joint venture, deixamos um mecanismo aberto de saída da área de concreto para avaliar as oportunidades na indústria sucro-alcooleira”, afirmou José Carlos Toledo, acionista do grupo Equipav, com sede em Campinas (SP). “Diante das boas perspectivas, decidimos reforçar os investimentos em etanol.” O dinheiro com a venda da participação da empresa de concreto reforçará a posição do grupo que pretende realizar investimentos da ordem de R$ 1 bilhão. A meta é se tornar um dos cinco maiores grupos de bioenergia do país até o início da próxima década.

A Equipav possui usina em Promissão (SP), cuja capacidade de produção está sendo dobrada para 6,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2008. E inaugurará também, no ano que vem, a Biopav, em Brejo Alegre (SP), com capacidade de 4 milhões de toneladas. Para 2009 e 2010, há projetos para mais duas unidades em terras hoje do grupo Reichert, de Campo Bom (RS). A primeira fica em Chapadão do Sul (MS) e a segunda em Chapadão do Céu (GO). “Nestas usinas, estamos negociando com outros parceiros”, disse Toledo. A Petrobras e a japonesa Mitsui são dois deles. Os quatro projetos levarão o grupo a produzir 12 milhões de toneladas de cana em 2012.

Outra vertente de investimento do grupo são as concessões públicas, que inclui rodovias federais e empresas de água e esgoto, em parceria com o grupo Bertin. A empresa já possui 1,7 mil quilômetros de rodovias administradas em regime de concessão. Nesta semana, a empresa entregará os envelopes para participar de todos os sete lotes de rodovias federais, que inclui a Fernão Dias e a Régis Bittencourt, que serão colocados em licitação.

Em saneamento, o grupo, que já prestava serviço ao município de Campo Grande (MS) desde 2005, incorporou em junho a empresa “Pró-Lagos”, que atende a região do Norte Fluminense, como Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo, além de Belford Roxo, na Baixada. Também assinou mais recentemente o contrato para os serviços de água e esgoto em Itu (SP). Ao todo, a área de concessão atinge uma população de 1,7 milhão de habitantes nestas regiões. “São grandes ativos nas mãos hoje das prefeituras, mas existem muitas oportunidades de gestão privada”, disse Toledo.

A Concrepav foi criada nos anos 70. A perda de receita deste negócio à Equipav será de R$ 120 milhões. Mesmo assim, o grupo prevê faturar R$ 1 bilhão neste ano, mais do que os R$ 800 milhões obtidos no ano passado. “O negócio está sendo desfeito quase no fim do ano”, explicou Toledo. Segundo ele, a entrada em operação da usina Biopav deve mais do que compensar a perda do faturamento com a área de concreto. O grupo, fundado em 1960, começou com pavimentação, atividade que continua até hoje: é o atual responsável pelas obras da pista de Interlagos, que receberá a corrida de Fórmula 1 neste mês.

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