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Equipav adia investimento de US$ 250 mi em novas usinas

A crise de preços de açúcar, falta de liquidez no mercado financeiro e o aumento nos custos da renegociação das dívidas de curto prazo obrigaram o Grupo Equipav a adiar o investimento de US$ 250 milhões na construção de duas novas usinas, em Chapadão do Sul (MS) e Chapadão do Céu (GO). As unidades deveriam entrar em operação, respectivamente, em 2009 e 2010, os novos prazos são 2011 e 2012, mas a consolidação deste investimento ainda é incerta.

De acordo com diretor financeiro do Grupo Equipav, Rui Marcelo Ré, “estamos aguardando as medidas do governo, o efeito dos pacotes apresentados pelo mundo todo para a estabilização da economia, a melhora da liquidez e depois disso definiremos qualquer medida”, informou em entrevista por e-mail à Agência Estado. O grupo, o primeiro do setor a admitir o adiamento de novos projetos, previa moer 9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzir álcool e energia elétrica.

Segundo informações da Equipav divulgadas à época do anúncio dos projetos, eles foram planejados em parceria com o Grupo Reichert, de Campo Bom (RS), proprietário da fazenda com mais de 40 mil hectares, onde as unidades estão previstas para serem instaladas. O grupo já tinha iniciado o plantio de 1,5 mil hectares de cana-de-açúcar.

Nos últimos anos, a companhia investiu R$ 650 milhões na construção da Usina Biopav, em Brejo Alegre (SP) e R$ 115 milhões na unidade da Equipav, em Promissão (SP). Os dois projetos tiveram financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cujos recursos, de acordo com Ré, deverão ser utilizados no pagamento da dívida de curto prazo da companhia. “Grande parte de nossa dívida de curto prazo será alongada com liberação de recursos do BNDES”, disse.

O diretor financeiro admitiu que a renovação das dívidas de curto prazo é feita com taxas superiores às de antes da crise internacional de liquidez. Os valores, no entanto, não foram informados. Ré afirmou que as dívidas do grupo sucroalcooleiro são “as normais para o setor”, como as de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), de capital de giro e de crédito e custeio agrícolas.

O executivo negou que a companhia tenha exposição cambial em contratos futuros de dólar e avaliou que a crise do setor “se deu devido ao desbalanceamento entre oferta e demanda e que em nossa opinião terá um balanço favorável a partir da safra que vem”. Já a crise mundial é considerada “séria”, mas, na opinião do diretor, “os mercados exageram” nas avaliações positivas e negativas. “Ao mesmo tempo, (a crise) apresenta uma série de oportunidades, desde a melhoria das receitas atreladas ao dólar e até mesmo gerando oportunidades de consolidação no setor”, disse.

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