Agricultura

Enzimas ganham destaque no mercado

NOV 2012, CRESCENTINO, ITALY. Il Gruppo “Mossi&Ghisolfi” negli ultimi anni ha investito nella ricerca in campo energetico, in particolare per la produzione di bio-etanolo. Il primo impianto al mondo di produzione a livello industriale di tale bio-etanolo, detto “di seconda generazione”, è in progetto sul territorio di Crescentino, nell’area “ex Teksid”. © FABRIZIO GIRALDI
NOV 2012, CRESCENTINO, ITALY. Il Gruppo “Mossi&Ghisolfi” negli ultimi anni ha investito nella ricerca in campo energetico, in particolare per la produzione di bio-etanolo. Il primo impianto al mondo di produzione a livello industriale di tale bio-etanolo, detto “di seconda generazione”, è in progetto sul territorio di Crescentino, nell’area “ex Teksid”. © FABRIZIO GIRALDI

Ainda responsáveis por uma fatia robusta dos custos de produção do etanol celulósico, as enzimas começam a ter seu mercado expandido no Brasil, com a concretização dos projetos de usinas de segunda geração no país. Os próprios players nacionais estão entrando nessa disputa com o desenvolvimento de “coquetéis” próprios para extrair açúcares da celulose do bagaço e da palha da cana. Na mesa, um mercado com potencial de superar US$ 2 bilhões até 2022, grande parte dele no Brasil.

Até então, o mercado local contava com a presença quase que exclusiva da dinamarquesa Novozymes – que fechou contratos de fornecimento de enzimas para os dois principais projetos de segunda geração de biomassa de cana no Brasil, o da Granbio e o da Raízen (Cosan / Shell).

Nesta semana, chegou ao Brasil o diretor global para biocombustíveis avançados da americana Dupont, Jan Koninckx, que já se sentou à mesa com alguns potenciais parceiros para licenciamento da tecnologia para sua comercialização no mercado brasileiro, revelou o executivo em entrevista ao Valor.

Na primeira geração do etanol feito a partir de grãos, tais como milho e trigo, a americana se auto-denomina líder mundial no fornecimento de enzimas. Nos Estados Unidos, a empresa já comercializa um pacote tecnológico para extrair açúcares da biomassa do milho. E, após testes feitos com a biomassa da cana na unidade americana de demonstração da companhia e no laboratório da empresa em Paulínia (SP), a Dupont acredita estar pronta para lançar essa tecnologia também para o bagaço e a palha da cana, disse Koninckx.

Questionado se a entrada no mercado brasileiro não deveria ter ocorrido antes, o executivo afirmou que não se trata de uma corrida. “Ainda que estar na frente seja importante, não é o mais importante”, assegurou. “Estamos muito confortáveis com esse mercado no longo prazo. Conhecemos todas as peculiaridades da biomassa da cana e estamos preparados”.

Koninckx não revela quanto a companhia está investindo por ano em biocombustíveis. Mas essa é uma das áreas consideradas estratégicas pela empresa, que está concluindo globalmente a separação do negócio de químicos de um outro grupo de negócios – agricultura (sementes e defensivos), nutrição e saúde (alimentação e produtos nutricionais) e biociência industrial – nesta última, estão incluídos os biocombustíveis. Esse grupo formado por três áreas registrou uma receita de US$ 16,4 bilhões em 2013, equivalente a 45% de todas as vendas da companhia no mesmo ano (US$ 36 bilhões).

Liderado globalmente pela Novozymes, o mercado mundial de enzimas passou a ter a Dupont como vice-líder em 2011, quando a americana comprou a Danisco, especializada em enzimas e ingredientes alimentícios. A Dupont também está entrando na produção de etanol celulósico, com a construção de uma unidade que usará resíduos de milho, em Iowa, nos Estados Unidos. Os investimentos nessa planta superam US$ 200 milhões, segundo o executivo, e a expectativa é de que a construção seja concluída este ano.

Para o Brasil, por enquanto, a empresa fornecerá enzimas para segunda geração a partir de sua produção de outros países. Mas o executivo não descartou construir uma fábrica em território brasileiro, caso a demanda justifique o investimento.

Cálculos do mercado indicam que as enzimas ainda representam 40% do custo de produção do etanol celulósico, quando o ideal seria que não ultrapassassem 10%. De olho nas poucas opções disponíveis hoje no mercado para segunda geração em cana-de-açúcar, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), uma companhia de pesquisa que tem no bloco de controle as gigantes Copersucar e Raízen, começou a desenvolver, em parceria com a Embrapa, enzimas próprias para este fim. O objetivo do CTC é que as usinas não fiquem dependentes da oferta de poucas empresas.

(Fonte: Valor Econômico)