Entressafra inviabiliza cogeração na Coopernavi
A usina de álcool e açúcar da Coopernavi (Naviraí – MS) não está conseguindo negociar a comercialização do excedente de energia elétrica que produz. O problema para cogerar, segundo o presidente da cooperativa, Euclides Fabris, é a ociosidade durante a entressafra. Ele explica que os próprios técnicos da Enersul (concessionário de energia do Mato Grosso do Sul) alegam que não podem sem o fornecimento de energia por quatro meses, o período da entressafra.
As usinas e destilarias do MS têm condições de produzir 108,5 megawatts excedentes durante a safra, avaliados em mais de R$ 55 milhões e o suficiente para abastecer 465 mil pessoas, ou 70% da população de Campo Grande. Além do problema de desabastecimento durante a entressafra, Segundo o diretor do Sindalcool/MS (Sindicato da Indústria da Fabricação do Açúcar e do Álcool do Estado do Mato Grosso do Sul), Isaias Bernardini, afirma que linhas de transmissão representam o principal obstáculo para que o setor, que “atualmente está apenas negociando contratos de venda do excedente, já que ninguém comercializa ainda para co-geração”.
Até agora somente a Coopernavi e Usina Santa Olinda (Sidrolândia) têm autorização da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). No caso da Santa Olinda, foram investidos R$ 20 milhões em equipamentos que permitem a produção de 25 megawatts/hora. Praticamente 19,5 megawatts/hora estão sendo desperdiçados por causa do problema que é instalar uma linha de transmissão. O preço desse investimento para levar a energia da geradora para as distribuidoras ou transmissoras tem um custo mínimo de R$ 20 mil por quilômetro.
No caso da Santa Olinda, a concessionária mais próxima, em Sidrolândia, está distante 50 quilômetros, o que significa a necessidade de investimentos de no mínimo de R$ 1 milhão na linha de transmissão. Além disso, o diretor do Sindálcool/MS, alega problemas com a burocracia para se instalar a linha, desapropriação das áreas e licença ambiental.
