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Entre os Brics, o Brasil…

País deve informar melhor suas capacidades, em especial as tecnológica. Mostrando o que pode comprar e vender para a economia asiática, o Brasil deve informar melhor suas capacidades, em especial as tecnológicas, como o fato de ter uma das maiores fabricantes de aviões do mundo, a Embraer, e de a estatal Petrobras ser especializada na produção de petróleo em águas profundas. O Brasil também pode investir mais para mostrar sua capacidade em fornecer produtos de moda, plástico, calçados e de etanol para combustível.

No caso do etanol, num prazo de cerca de três anos a economia asiática, por questões ambientais, deverá adotar a mistura do combustível à gasolina, prevê Sakurai. Atualmente, as petroleiras fazem lobby contra o uso do produto. Uma lei de outubro de 2004 permite a adição de 3% do etanol à gasolina no Japão.

A pauta de exportações do Brasil para o Japão é dominada por produtos de baixo valor agregado, como frangos, minério de ferro, café em grão e suco de laranja. Sakurai afirma que o Brasil pode investir na venda de produtos primários com maior valor agregado e atacar em outros mercado não-tradicionais de manufaturados.

As exportações japonesas para o Brasil têm forte relação com os investimentos de empresas daquele país na economia sul-americana, com alta participação de peças e partes de veículos. Para Sakurai, para aumentar suas exportações para o Brasil, é preciso que as empresas japonesas invistam mais no país, apresentem ativamente suas tecnologia ao mercado brasileiro e participem de feiras e exposições aqui.

De acordo com o diretor-presidente da Jetro, as empresas japonesas, que têm investido fortemente na China, devem pensar naquele país e em outro para aplicar seus recursos. “Outro onde? Nos asiáticos, mas também pode ser aqui no Brasil”, afirma. Distribuir mais os investimentos externos pelo mundo diminuirá o risco para as companhias japonesas, completa. O Japão é um dos países que mais investem na China.

Brasil e Japão tiveram relações comerciais e de investimentos muito mais fortes que as atuais. Nos anos 70, a economia asiática vivia um momento próspero e buscava mercados para exportar, comprar produtos e investir. Foi quando o Brasil também viveu um crescimento expressivo. Na década de 80, com problemas econômicos e estruturais dos dois lados, o relacionamento foi ficando mais distante.

Mostra disso é que no período de 1971 a 1975, dos investimentos externos feitos pelo Japão, 10% foram para o Brasil, o equivalente a US$ 1,25 bilhão, segundo a Jetro. O percentual cai chegando a 0,9% no período de 1986 a 1990, o equivalente a US$ 1,97 bilhões. A participação média de 1971 a 2003 foi de apenas 1,8%, com um total acumulado de US$ 15,6 bilhões do total.

No comércio bilateral, embora o fluxo tenha crescido, a fatia do Brasil nas exportações e importações japonesas também caíram. As vendas externas japonesas para o mercado brasileiro passaram de US$ 882 milhões em 1976 para US$ 2,34 bilhões no ano passado, mas a fatia do Brasil no total do país asiático caiu de 1,3% para 0,4% no período. As importações japonesas do Brasil aumentaram de US$ 819 milhões para US$ 3,64 bilhões, mas as participações diminuíram de 1,3% para 0,8%.

Para Sakurai, o desafio do Brasil no Japão é começar praticamente do zero, mostrando que o País é muito mais do que samba, carnaval, café e futebol.

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