Entrada de recursos externos faz dólar reverter alta e cair 0,14%
A forte turbulência no cenário externo afetou o mercado brasileiro. O dólar chegou a atingir a máxima de R$ 3,681, e só fechou em baixa de 0,14%, cotado a R$ 3,62, porque uma entrada significativa de recursos estrangeiros derrubou as cotações na parte da tarde. A Bolsa acompanhou de perto o comportamento de Wall Street, recuando 2,36%.
O mercado de câmbio teve um comportamento muito volátil . A ameaça de uma guerra iminente entre os EUA e o Iraque intensificou a demanda pela moeda. O dólar foi negociado a R$ 3,681 no pior momento do dia, nível que estimulou alguns investidores a vender a moeda para embolsar os ganhos recentes. Mas o que foi decisivo para que o câmbio invertesse a mão foram as entradas no meio da tarde, que teriam atingido até US$ 250 milhões. Segundo operadores, parte das captações da Telemar (US$ 550 milhões) e da Telefônica (US$ 250 milhões) ingressaram no País, o que contribuiu para interromper uma série de seis altas consecutivas do dólar . Analistas disseram que o Banco Central (BC) consultou alguns bancos, mas não vendeu dólares.
O economista-chefe do JP Morgan, Luís Fernando Lopes, entende que, apesar da queda de ontem,a tendência do dólar é de alta, porque as incertezas no cenário externo têm aumentado. No fim do dia, o BC informou que pretende rolar integralmente os US$ 600 milhões em linhas externas que vencem nos dias 3 e 4 de fevereiro. “A decisão pode aliviar a pressão sobre o câmbio”, afirmou o diretor de um banco estrangeiro. E o BC vai começar hoje a rolagem do US$ 1,73 bilhão de dívida cambial que vence no dia 3, ofertando 21.600 contratos de swap. É possível que haja dificuldades para a rolagem, uma vez que a taxa do cupom cambial (o juro em dólar) tem subido nos últimos dias. A taxa para abril pulou de 16,25% para 19,1% ao ano.
(O Estado de S. Paulo)
