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Entidades criticam venda de automóveis movidos a diesel

A liberação de carros movidos a diesel seria um retrocesso e colocaria em risco a saúde de milhares de pessoas por causa do aumento dos níveis de poluição, de acordo com ambientalistas e representantes da sociedade civil. Proibidos desde o fim da década de 1970, os automóveis de passeio a diesel poderão voltar a ser comercializados no Brasil, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

“Se essa ideia vingar, vai ser um crime. Morrem quase 2 mil pessoas por ano somente na cidade de São Paulo por causa da poluição. O diesel brasileiro é um dos piores [mais poluentes] do mundo. Vai ser um homicídio em massa”, afirmou Oded Grajew, um dos criadores do Movimento Nossa São Paulo, rede com mais de 600 entidades da sociedade civil

Segundo Grajew, com os atuais motores e o diesel atualmente utilizado no Brasil – que chega a ter 1.800 partes por milhão (ppm) de enxofre – a medida seria uma catást! rofe, porque o combustível é muito mais poluente que a gasolina e o etanol.

“Não somos contra o carro a diesel como conceito, mas contra o carro a diesel com a tecnologia de motores e combustíveis que existe hoje no Brasil”, avalia. Na Europa, onde a frota a diesel corresponde a cerca de metade do mercado, a concentração de enxofre no combustível é de 10 ppm e os motores têm tecnologias para reduzir emissões.

Os ambientalistas também são contrários à medida. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que a ideia “não é especialmente brilhante” e que defende combustíveis menos poluentes, como o etanol. De acordo com coordenador da campanha de clima do Greenpeace Brasil, João Talocchi, a possibilidade de voltar a comercializar veículos a diesel vai na contramão dos esforços mundias para redução das emissões de poluentes e de gases de efeito estufa.

“É uma volta ao passado. Ao invés de apoiar essa tecnologia antiquada, esse dinheiro poderia ser investido em tecnologia para carros elétricos, motores híbridos”, sugere.

Talocchi acredita que a motivação para medida é econômica, principalmente diante da perspectiva de aumento da produção brasileira de petróleo com a exploração da camada pré-sal.

“O Brasil quer saber o que fazer com todo esse óleo, como usará o ouro negro que pretende extrair da camada pré-sal”, avalia.

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