Engordar gado é atrativo às usinas
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A cana vira boi e o boi vira cana significam muito mais do que frases de efeito. Essas duas possibilidades, além de levar em conta que na natureza tudo se aproveita, abrem novas perspectivas para o aumento do rendimento financeiro de usinas e destilarias. O confinamento de gado (bois ou búfalos) começa a ocupar espaço, cada vez maior, nos arredores dos canaviais. Essa atividade tem despertado interesse de empresários e executivos do setor. “A unidade de açúcar e álcool possui o potencial agropecuário mais competitivo para a produção de leite e carne”, afirma o engenheiro agrônomo Rui Pinotti, superintendente da Destilaria Alcídia, de Teodoro Sampaio, SP. E ele diz isto com conhecimento de causa. Pinotti, que está reativando o confinamento na Alcídia, foi um dos pioneiros nessa atividade em usinas brasileiras. Em 1979, já confinava bois na Santa Luiza, de Motuca, SP.
O entusiasmo de Pinotti com a engorda de gado tem a ver com as vantagens da otimização do processo de produção agrícola e industrial neste “casamento” entre cana e confinamento. Na unidade de Teodoro Sampaio, o projeto é alimentar, em 2.004, três mil cabeças com ração canavieira. A receita da Alcídia – elaborada por Pinotti – deverá conter os seguintes ingredientes para cada porção:12 quilos de bagaço auto-hidrolisado, 1 quilo de bagaço cru – para o fornecimento de fibras longas, que auxiliam na movimentação do rume -, 4,5 litros de leite de levedura, 150 gramas de uréia e 1,5 quilo de melaço, que pode ser substituído por milho, mandioca ou sorgo. “É preciso verificar o que estará mais barato no momento”, observa. Essa destilaria – que produz, na verdade, açúcar e álcool, moendo cerca de um milhão de toneladas de cana – vai confinar bovinos adultos durante 75 dias e garrotes por um período entre 100 a 105 dias. “A engorda será de 4 a 4,5 arrobas por cabeça”, calcula Pinotti.
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