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Engenharia diplomática de sucesso, usina é razão de queixas de paraguaios

Considerado um sucesso em termos de engenharia diplomática, o Tratado de Itaipu, assinado pelos governos paraguaio e brasileiro em 1973, estabelece as bases técnicas e econômicas para a usina Itaipu Binacional. Pelo documento, cada país tem direito a 50% da energia produzida pela hidrelétrica. Caso um país não consuma toda a sua parcela, o excedente é obrigatoriamente comprado pela outra parte.

O Paraguai consome aproximadamente 10% da energia produzida por Itaipu. Pelo acordo, o Brasil paga uma tarifa de energia ao Paraguai calculada pelo preço de custo do serviço da hidrelétrica. O valor atual é de aproximadamente US$ 45 por megawatt/hora (MWh). Quase a totalidade desse valor é utilizada para o pagamento da dívida da usina, atualmente em US$ 13,9 bilhões.

Itaipu começou a ser construída no fim dos anos 70 e sua operação oficial começou em 1984. Nesse período, o cenário econômico da América Latina era bastante desfavorável. Na época, o governo paraguaio não tinha recursos nem crédito para bancar a construção da usina. O governo brasileiro então financiou e deu garantias do Tesouro Nacional para o empréstimo que permitiu a implantação da hidrelétrica, que teve custo total de US$ 27 bilhões, dos quais US$ 12,1 bilhões de investimentos diretos. Cada país fez um aporte inicial de US$ 50 milhões.

Nos últimos anos, têm sido frequentes as queixas de políticos paraguaios com relação à tarifa de Itaipu. De acordo com o tratado, porém, a tarifa de energia de Itaipu deverá ser renegociada entre os dois países apenas em 2023, prazo previsto para a amortização da dívida de construção da hidrelétrica.

Com 14 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, Itaipu responde por cerca de 12% do parque gerador brasileiro e é a segunda maior usina do mundo, atrás apenas da hidrelétrica de Três Gargantas, de 22 mil MW, na China. Em 2012, Itaipu bateu o recorde histórico de produção de energia, totalizando 98,28 milhões de MWh.

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