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Energias do Brasil foca na geração para crescer no Brasil

Grupo faz estudos de viabilidade para PCHs e UHEs, fecha parceria para térmica a carvão e renova expectativa sobre o Rio Madeira. Fontes alternativas também podem entrar no bolo Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Em Foco 25/07/2007 A Energias do Brasil vê na geração a maior chance de crescer no Brasil. Para isso, a holding está realizando estudos de viabilidade de hidrelétricas, além de ter anunciado parceria para a construção de duas térmicas a carvão. Somente as termelétricas devem exigir investimentos de US$ 1,8 bilhão em conjunto com a MPX. O grupo também renovou o interesse pelo complexo do Rio Madeira (RO-6.494 MW), após o anúncio da entrada de estatais apenas após o leilão. A Energias do Brasil tem capacidade total de 1.043 MW, atualmente. “Não olhamos como obrigação (Rio Madeira), mas com interesse. Mas ainda não temos posição definida. Estamos sendo procurados pelos consórcios”, afirmou Antonio José Sellare, diretor vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, em teleconferência para analistas nesta quarta-feira, 26 de julho, sobre os resultados do segundo trimestre. O projeto mais adiantado é os das térmicas a carvão em dois estados do Nordeste. Segundo o executivo, as parceiras devem fechar nas próximas duas semanas a contratação dos equipamentos. “Os preços dos equipamentos estão acima do que prevíamos, mas ainda sim, as usinas podem ser viabilizadas pelo preço-teto do leilão A-5”, explicou Sellare. A empresa está trabalhando com a expectativa de um preço de R$ 140 por MWh para a energia térmica no certame. A térmica Maranhão, com capacida de 350 MW, deve ter investimentos de US$ 600 milhões, enquanto a de Pecém, de 700 MW, de US$ 1,2 bilhão. Esses valores podem mudar dependendo do valor fixado para equipamentos e construção. As usinas térmicas contam com benefícios como linhas de financiamentos em melhores condições, por estarem no Programa de Aceleração de Crescimento, e isenção de impostos estaduais dadas pelos governos do Maranhão e Ceará. A Energias do Brasil também investe na energia hidrelétrica. O grupo está construíndo a Pequena Central Hidrelétrica Santa Fé, de 29 MW, no Espírito Santo. Além disso, está realizando o projeto básico de 10 PCHs, que devem ser concluídos em fevereiro de 2008, com capacidade de cerca de 250 MW. “A energia deve ser comercializada nos leilões ou para consumidores A4”, revelou Sellare. A perspectiva da Energias do Brasil é viabilizar pelo menos parte dos empreendimentos. Há ainda nove PCHs com estudos de viabilidade em andamento com potência aproximada de 190 MW. “São ao todo 19 projetos de PCHs, com cerca de 440 MW, que também estudamos a possibilidade de quebra de rio, ou seja, transformar uma UHE em duas PCHs, por exemplo”, completou Flavia Heller, superintendente de Relações com Investidores. A EDB estuda a possibilidade de repontecialização de usinas que agregariam mais 50 MW para a companhia. A empresa tem estudos para sete hidrelétricas com 590 MW, sendo 235 MW com a Eletronorte. “Já que não existem alternativas do governo, partimos para criar essas alternativas. Identificamos no segmento de geração que haveria investimentos que poderiam sair mais cedo, como as térmicas”, constatou Sellare. A Energias do Brasil realiza estudos preliminares sobre térmicas a biomassa. Mas o executivo disse que ainda há complicadores para um investimento. “Temos contatos com diversos interessados. Mas é difícil fazer um acordo que compatibilize a necessidade de entregar a energia vendida com as tendências do mercado de commodities”, observou. Aquisições – O mercado eólico ainda parece distante para a Energias do Brasil, em conseqüência, das condições impostas como a necessidade de 60% de nacionalização dos equipamentos. “Não há condições favoráveis, principalmente, devido aos equipamentos já que não há fornecedores suficientes”, salientou. A expectativa no grupo em relação ao mercado é grande devido à experiência da Energias de Portugal em energia eólica. No campo das aquisições, a Energias do Brasil está atenta a movimentação do mercado mas com cautela. De acordo com Sellare, a privatização da Cesp deve ficar para mais tarde e uma participação da holding se daria através de consórcio, pelo tamanho da empreitada. Em relação a Brasiliana, o grupo aguarda a decisão da AES Brasil para decidir o que fazer. “Se a AES exercer o direito de preferência a história acaba ali, mas se não, veremos o que fazer. Há várias alternativas, como a venda de parte dos ativos mesmo pela AES”, analisou.

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