Na Conferência Internacional de Pesquisa e Inovação em Transição Energética (ETRI 2024), Olivier Wambersie, gerente geral de Tecnologia da Shell Brasil, apontou que
Muitas das tecnologias que podem transformar a matriz energética ainda estão a 10, 20 ou até 30 anos de alcançar escala industrial.
A afirmação é de Olivier Wambersie, gerente geral de Tecnologia da Shell Brasil, feita durante a Conferência Internacional de Pesquisa e Inovação em Transição Energética (ETRI 2024), realizada entre os dias 05 e 07 em São Paulo.
Substituição de fontes
Warbersie explicou que a Shell está focada na adição e não na substituição de fontes de energia.
Com o setor energético em um contexto dinâmico e volátil, o executivo afirmou que as empresas precisam manter um equilíbrio entre investir em tecnologias de longo prazo e garantir a continuidade dos ativos existentes.
Negócios atuais
Para Wambersie, o valor gerado pelos negócios atuais, como a produção de petróleo e gás, pode financiar o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono.
Ele lembrou que, no Brasil, essa produção não é apenas uma necessidade energética, mas também uma base financeira importante para novos investimentos em pesquisa e inovação.
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Estágios
O executivo discutiu os diferentes estágios de maturidade das tecnologias, como a eólica onshore e a solar, que já são amplamente utilizadas, e o hidrogênio verde e biocombustíveis avançados, que ainda estão em fase de desenvolvimento.
Ele reforçou a aposta da Shell no gás natural como alternativa de curto prazo, visando reduzir o uso de combustíveis mais poluentes, como o carvão.
Para Wambersie, a transição para um futuro de baixo carbono requer não só inovação tecnológica, mas também um ambiente estável para atrair investimentos e viabilizar projetos de longo prazo.
Hidrogênio verde
Ele citou o exemplo da planta piloto na USP, que visa transformar etanol em hidrogênio verde. O projeto, que começou há mais de uma década, ilustra o tempo e a complexidade necessários para desenvolver tecnologias de transição energética.
Wambersie também mencionou a importância de formar recursos humanos para sustentar as inovações futuras e destacou as parcerias da Shell no Brasil, que envolvem 23 instituições acadêmicas e 1.600 pesquisadores.
A Shell investiu cerca de R$ 2,5 bilhões em P&D nos últimos cinco anos, focando em tecnologias de biocombustíveis e na captura e armazenamento de carbono.