Energia

Eletricidade de biomassa: 2025 será um ano de acréscimo de capacidade instalada acima da média

Em janeiro, a eletricidade de biomassa ocupa a 5ª posição na matriz elétrica brasileira

Eletricidade de biomassa: 2025 será um ano de acréscimo de capacidade instalada acima da média
Arquivo

Sozinha, a biomassa da cana ocuparia a 5ª posição na matriz elétrica brasileira, atrás das fontes hídrica, eólica, gás natural e solar.

A informação, que reflete o mês de janeiro de 2025, integra o Boletim UNICA Bioeletricidade em Números, que mostra a evolução da capacidade instalada pela fonte biomassa na matriz elétrica brasileira em 2024 e perspectivas para este ano.

JornalCana destaca a seguir informações do Boletim, coordenado por Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA.

Atualmente a biomassa em geral ocupa a 4ª posição

  • Atualmente, a capacidade instalada outorgada e em operação no país totaliza 210.599 MW. A fonte biomassa em geral (que inclui as diversas biomassas) apresenta 17.658 MW,
  • representando 8,5% da capacidade instalada na matriz elétrica do Brasil, ocupando a 4ª posição, atrás das fontes hídrica, eólica e gás natural, em termos de potência outorgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sem incluir a Micro e Mini Geração Distribuída (MMGD).
  • Em janeiro de 2025, a biomassa da cana (bagaço e palha) responde por 71,9% de toda potência outorgada pela fonte biomassa, com 12.697 MW instalados (uma capacidade instalada superior à da usina Belo Monte, 11.233 MW) e 428 unidades em operação comercial.
  • O licor negro, resultante do processo de fabricação de celulose, ocupa a 2ª posição na capacidade instalada pela fonte biomassa, com 3.335 MW e 22 unidades em operação, sendo seguido pelos resíduos florestais com 837 MW e 77 unidades.
  • A biomassa da cana sozinha ocuparia a 5ª posição na matriz elétrica brasileira, atrás das fontes hídrica, eólica, gás natural e solar.

  

  • O Estado de São Paulo lidera em capacidade instalada pela fonte biomassa em geral no país, representando 39,8% do total, com 7.028 MW instalados por 238 termelétricas renováveis.
  • Os cinco principais Estados em termos de capacidade instalada pela biomassa em geral representam 79,2% do total da fonte.
  • Além de São Paulo em 1º lugar, temos Minas Gerais com 2.188 MW, Mato Grosso do Sul com 2.003 MW, Goiás com 1.507 MW e Paraná com 1.266 MW.

SP lidera em potência instalada de térmicas

  • São Paulo lidera também em termos de potência instalada pelas termelétricas com bagaço.
  • Em janeiro de 2025, a fonte biomassa no Estado de São Paulo apresenta 211 unidades termelétricas operando com bagaço de cana, totalizando 6.383 MW, representando 50,3% do total instalado pelas termelétricas à biomassa de cana no país.
  • Em termos de expansão, 2025 será um ano de acréscimo de capacidade instalada acima da média para a biomassa em geral.
  • No ano passado, a fonte biomassa em geral instalou 586 MW novos na matriz elétrica do país, representando 5,4% da expansão no país em 2024.

Em janeiro de 2025, a previsão é que biomassa em geral instale 793 MW novos à matriz elétrica brasileira até dezembro deste ano, representando 8,1% do total de acréscimo de potência instalada no país por todas as fontes de geração (9.751 MW), um acréscimo acima da média anual da fonte biomassa observando-se os últimos 20 anos, que foi de 672 MW entre 2005 e 2024

Inserção de energia de biomassa supera a de Itaipu

  • De 2005 a 2025, a biomassa terá inserido 14,2 mil MW à matriz elétrica brasileira, um valor superior à capacidade instalada pela Usina Itaipu (14 mil MW) e correspondente a 11% do total inserido no país no mesmo período (130.202 MW).
  • No período 2005-2026, a média anual de capacidade nova proporcionada pela fonte biomassa terá sido 657 MW, representando agregar uma usina hidrelétrica como Ilha Solteira (SP) a cada cinco anos.
  • O recorde de expansão pela biomassa ocorreu no ano de 2010, com 1.750 MW, quando a fonte representou quase 30% da expansão no país.
  • Em 2025, espera-se que o ambiente de negócios possa estimular a participação maior da biomassa, tanto no mercado livre como no ambiente regulado, uma fonte renovável capaz de entregar energia, potência e sustentabilidade ao sistema.
  • Nesta linha, é continuar trabalhando para o reconhecimento das externalidades patentes da bioeletricidade, como sua renovabilidade, descentralização, não intermitência, complementariedade às hídricas, dentre outras tão importantes à matriz elétrica brasileira.