Cresce garantia física das termelétricas à biomassa

Situação ajuda o Operador Nacional do Sistema (ONS) a enfrentar desafios críticos

Cresce garantia física das termelétricas à biomassa

Levantamento da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) e da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) revela crescimento na garantia física de termelétricas a biomassa.

O total alcançou 2.701,6 megawatts médios (MWm), representando um aumento de 399,8 MW médios, ou 17%, em relação ao ano anterior.

O que é garantia física: quantidade máxima de energia elétrica de uma determinada usina que pode ser comercializada. Também é conhecida como energia assegurada e expressa em MW médios. Leia mais a respeito aqui

Desempenho positivo

Mesmo sem considerar novos empreendimentos, as usinas existentes também mostraram um desempenho positivo.

Esse desempenho representa acréscimo de 93,9 MWm, resultando em um crescimento real de 4%.

Montantes

Esse levantamento baseou-se na portaria do Ministério de Minas e Energia nº 2.848/2042, que estabelece os montantes de Garantia Física de Energia e disponibilidade mensal das usinas movidas a biomassa com Custo Variável Unitário (CVU) nulo.

Quando entram em vigor: os novos montantes entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2025 e se estenderão até 31 de dezembro do mesmo ano.

Ajuda o ONS

Newton Duarte, presidente executivo da Cogen, enfatizou que a garantia física das usinas a biomassa ajuda o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a enfrentar desafios críticos, provocados pela escassez hídrica. 

Zilmar Souza, gerente de Bioeletricidade da UNICA, ressalta o potencial de redução na emissão do CO2.

“Esses mais de 2,7 mil MW médios são equivalentes a evitar a emissão de mais de 7 milhões de toneladas de CO2 por ano, uma redução que requer o plantio de 51 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos”, afirmou.

Proposta de ajustes

Cogen e UNICA também propuseram ajustes na Portaria MME 564/2024 para permitir maior flexibilidade na comercialização de excedentes de cogeração no mercado livre.

Segundo Duarte, as usinas atualmente enfrentam limitações que desestimulam a produção, uma vez que o excedente é liquidado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) ou vendido em leilões regulados, o que pode levar anos para o recebimento.