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Energia, um dos pontos fortes da declaração final

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush divulgarão uma declaração conjunta, após seu encontro de amanhã, na qual identificarão objetivos comuns que o Brasil e os Estados Unidos compartilham, como avançar na negociação para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), bem como os mecanismos de cooperação que consideram prioritários para a ampliação do diálogo entre os países. Entre estes estará um memorando de entendimento na área de energia, cujos termos ainda estavam em negociação no início da semana. Trata-se de um setor de especial interesse para a Casa Branca, que tem sido o foco de controvérsias entre empresas americanas que fizeram investimentos no Brasil em anos recentes, como a AES, a EL Paso e a falida Enron, e os governos federal e estaduais.

A ministra da Energia, Dilma Roussef, é um dez membros do Gabinete que acompanharão Lula. Ela permanecerá na capital americana, a convite do secretário da Energia americano, Spencer Abraham, para participar da primeira reunião de um fórum internacional sobre seqüestro de carbono, na segunda e terça-feira. É uma iniciativa dos EUA que reúne 14 países e visa ao desenvolvimento comercial de uma tecnologia de retirada de gás carbônico no processo de queima de carvão em usinas termoelétricas e seu armazenamento em lugares como poços de petróleo exauridos. A Petrobrás e empresas do Rio Grande do Sul têm interesse na tecnologia, que deverá ser testada numa usina experimental.

O ministro do desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, chega a Washington esta manhã para participar de uma conferência de um dia organizada pelo Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, na Câmara de Comércio dos EUA.

Furlan presidirá cerimônia de assinatura de uma carta de intenção entre a Agência de Promoção do Comércio Exterior (APEX) e o Brazil Information Center (BIC), que envolve um investimento potencial de até US$ 2,5 milhões num novo Programa de Promoção – ofensiva para abrir mais espaço para as exportações do País no mercado americano. Criado há três anos por iniciativa do embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa, o BIC é financiado hoje por companhias e associações empresarias brasileiras com interesses nos EUA.

Aids – Segundo fontes oficiais, a declaração conjunta dos presidentes mencionará como prioritárias iniciativas de cooperação nas áreas da fazenda (comissão bilateral técnica) , comércio (pequenas empresas), ciência e tecnologia (energia nuclear), saúde (combate ao HIV/AIDS), trabalho (combate ao trabalho infantil) e agricultura (busca de padronização fitossanitária).

Na falta de anúncios bilaterais mais concretos, os governos têm enfatizado que a relevância é a visita em si e seu formato. De fato, no simbolismo, aspecto importante da diplomacia, a visita de Lula introduzirá um par de novidades na história das relações dos dois países. É a primeira vez que os presidentes terão um encontro acompanhados por membros de seus ministérios.

É também a primeira vez que um líder brasileiro em visita de trabalho à Casa Branca será homenageado com almoço na mansão presidencial.

“Além do lado simbólico, a importância do encontro está na mensagem que o evento dá aos dois governos sobre a importância que os líderes atribuem à relação bilateral”, disse uma fonte diplomática brasileira. “Os resultados dependerão da disposição dos ministros de aprofundar os contatos e de seu empenho para transformar idéias em projetos concretos”, afirmou um diplomata americano.

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