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Energia do bagaço de cana tem mercado certo

Usinas e destilarias da agroindústria do açúcar de Alagoas têm mais um produto competitivo que pode ser disponibilizado: a energia elétrica produzida a partir do bagaço de cana. O mercado é promissor, segundo avaliam especialistas, pela escassez de energia no Estado e no País e a busca de fontes geradoras renováveis que inclui o bagaço entre as opções de biomassa. Projetos deste nível são incentivados pelo governo federal, por intermédio do Ministério das Minas e Energia, que criou o Programa de Incentivo a Fontes de Energias Alternativas (Proinfa). O representante do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio), Carlos Paletta, esteve na Cooperativa de Pindorama, em Coruripe, para explicar as vantagens do investimento e de sua inserção no Proinfa.

“Com a existência do potencial em biomassa, a tecnologia é viável, com retorno do investimento, uma vez que o Proinfa oferece mercado certo. Assim, trata-se de um investimento sem riscos e bastante lucrativo para o setor”, afirmou Paletta. A energia produzida seria, então, comprada pela Eletrobras, por intermédio do Proinfa e da Ceal.

Segundo Paletta, o mercado de energia elétrica na Região Nordeste não mais comporta fontes hidráulica geradoras, hoje praticamente esgotadas, obrigando à busca de fontes alternativas. O caminho seria a biomassa, que em Alagoas é viável com bagaço de cana, matéria-prima abundante. A energia eólica, por exemplo, se torna mais forte nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Madeira, gás natural e resíduos agrícolas são outras opções para investimentos em novas fontes geradoras.

De acordo com explicações do técnico do Cenbio, o Proinfa vai comprar qualquer tipo de energia gerada, mas os custos de novas pequenas centrais hidrelétrica são sempre maiores. Para evitar problemas de racionamento de energia elétrica, o governo se comprometeu, por meio de legislação específica, implementar em 3.300 MW de capacidade de energia elétrica num período de dois anos. Isto representa um incremento de 4% de toda a energia produzida no País e esta produção deverá ser viabilizada pelas Centrais Elétricas Brasileiras. “O governo quer, ainda, que 10% de toda a energia produzida no Brasil venham de fontes renováveis”, destacou Paletta.

Num projeto inicial programado para a Cooperativa de Pindorama, que dispõe de destilaria e agora montou uma usina de açúcar, o investimento na co-geração de energia elétrica com bagaço de cana seria de R$ 23.495.540,00. O projeto foi feito pelo Instituto Eco-Engenho, uma organização não-governamental voltada para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, com o apoio da empresa americana E+Co, e Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), dentro do Programa de Desenvolvimento de Empresas de Energia Rural no Brasil, denominado B-Reed. A empresa Pindorama vai passar de 2 MW para 27 MW, para utilização numa safra anual de 700 mil toneladas ao ano. O forte porém, serão os lucros certos advindos da comercialização desta energia.

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