JornalCana

Empresas fecharão negócios de US$ 3 bi

Os empresários brasileiros vão formalizar negócios de pelo menos US$ 3 bilhões durante a visita oficial à China do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse é o valor de acordos já acertados por algumas companhias com parceiros chineses antes da viagem. A maioria, porém, visita o país com o objetivo de estreitar negociações e fazer os primeiros contatos.

Apesar de o comércio entre Brasil e China ter crescido de US$ 1,9 bilhão para US$ 6,7 bilhões nos últimos cinco anos, os chineses compram do Brasil apenas 1% do total de suas importações.

A expectativa do empresariado brasileiro é grande. É esperado até hoje o desembarque de mais de 400 empresários e executivos de mais de 250 companhias em Pequim atrás de grandes negócios.

Os grandes contratos desta viagem deverão ser fechados pela Petrobras e pela Vale do Rio Doce.

A petrolífera, que inaugura hoje seu escritório em Pequim, com a presença de Lula, tinha previsto assinar hoje um contrato com a estatal chinesa Sinopec para a exploração de petróleo na China.

De acordo com o que a Folha apurou, no entanto, o acordo corre o risco de não ser assinado, pois parte da diretoria da Sinopec foi afastada pelo governo chinês devido a um acidente numa plataforma de petróleo. A Petrobras garante que a assinatura sai hoje.

Já a Vale do Rio Doce irá fechar amanhã quatro contratos que deverão superar os US$ 2 bilhões. Um deles está estimado em US$ 1,5 bilhão e será assinado com a chinesa Baosteel, a maior siderúrgica do mundo, para a construção de uma empresa de siderurgia em São Luís (MA).

A Vale também firmará protocolo com a empresa de alumínio Chalco para a expansão da produção do metal no Brasil, além de dois contratos na área de carvão com a Yongcheng e a Yankuang. A Gradiente também deverá assinar um contrato amanhã.

Conselho Brasil-China

Para tentar facilitar as relações entre empresas dos dois países, será criado amanhã, em Pequim, com a presença de Lula, o Conselho Empresarial Brasil-China, que será comandado por Roger Agnellim, presidente da Vale. O conselho já conta com a participação de 21 empresas brasileiras e 24 chinesas, além das federações industriais do Rio e de Minas Gerais.

Segundo Renato Amorim, secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China, o órgão pretende ser só um facilitador de negócios entre os dois países.

Amorim, que trabalhou na China durante três anos como diretor da Vale, acha que o Brasil está desembarcando tarde na China. Países como a Colômbia e o Chile, segundo ele, já estão há muito mais tempo negociando com a China.

Amorim diz ainda que, além desses megacontratos que estão sendo assinados pela Petrobras e pela Vale, diversos outros deverão ser firmados por empresas brasileiras, já que desembarcaram empresas de diversos setores.

Um dos setores que faz uma aposta alta na China é o de álcool. Apesar de ser o terceiro maior fabricante mundial, o país é grande comprador do produto. Até a Olimpíada de 2008, em Pequim, toda a gasolina na China precisará conter 10% de álcool (etanol).

O Brasil vê aí uma grande chance de exportar álcool para os chineses. Segundo Maurílio Biaggi, diretor da Única (União dos Produtores de Álcool e Cana de Açúcar do Brasil), o país ainda não exporta para a China, mas pretende, já a partir do ano que vem, começar a vender cerca de 200 milhões de litros de etanol, o que corresponde a cerca de US$ 80 milhões.

Outro com expectativa de grandes negócios na China é Mário Garnero, da Brasilinvest. Anteontem, ele almoçou com o presidente da Citic, grupo chinês com patrimônio de US$ 80 bilhões. A empresa pretende investir US$ 4 bilhões na área de infra-estrutura no Brasil, como portos e ferrovias.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram