JornalCana

Empresas e bancos levantam US$ 2,39 bi

São Paulo, O volume de recursos captados por empresas e bancos no exterior já passa de US$ 2,3 bilhões – e 2006 mal começou. A estréia do ano coube à Vale do Rio Doce, que logo na primeira semana do mês captou US$ 1 bilhão, um recorde para uma operação privada brasileira. Os papéis, com vencimento em dez anos, pagaram 6,254% ao ano. O Banco do Brasil (BB) veio em seguida, com a colocação de US$ 500 milhões em bônus perpétuos (sem prazo de vencimento), a uma taxa de 7,95% ao ano. A Aços Vicunha também foi a mercado, levantando US$ 450 milhões, sem prazo de vencimento, a 9,875% ao ano. A Cosan, produtora de açúcar e etanol, conseguiu US$ 250 milhões, também em bônus perpétuos, a 8,5% ao ano. Os outros US$ 190 milhões foram captados por cinco bancos (ver quadro acima).

A corrida das empresas brasileiras por recursos no mercado externo visa aproveitar o bom momento, em que os investidores estão com apetite de sobra para aplicar em papéis de países emergentes, que pagam taxas mais altas do que os títulos do Tesouro americano.

A proximidade da corrida eleitoral à presidência da República também colabora para que algumas companhias tentem antecipar captações, evitando o risco de enfrentar maior volatilidade no segundo semestre. No entanto, a antecipação não tem se mostrado uma boa tática, pelo menos até agora, uma vez que os juros continuam caindo.

A Vale, por exemplo, comemorou a taxa de 6,254% ao ano – realmente, bastante baixa para padrões brasileiros, mesmo que a empresa seja já tenha recebido o selo de “investment grade” (grau de investimento não-especulativo). Na época, a taxa significava 0,9 ponto-básico abaixo dos juros pagos pelos papéis da República (em dólares, por dez anos – a emissão de ontem, em euros, não pode ser comparada). Em pouco mais de 20 dias, essa taxa caiu mais – na época, o risco-País estava em 290 pontos (2,9 pontos-básicos acima dos juros dos papéis de 10 anos do Tesouro norte-americano); ontem, fechou a 260 (leia mais em matéria nesta página).

As condições mais do que favoráveis permitiram à Aços Vicunha ser bem-sucedida na colocação dos seus bônus perpétuos, operação planejada mas não realizada no primeiro trimestre do ano passado.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram