Mercado

Empresas aceleram estudos de viabilidade na área de geração de energia

Além de retomar o programa de obras e acelerar novos investimentos, o país precisa investir na outra ponta da equação para garantir o crescimento da expansão nos próximos anos. Eletronorte, Furnas e Chesf, sozinhas ou por meio de parcerias, aceleram os estudos de viabilidade de potenciais hidrelétricos. A estimativa é que o país tenha potencial hidrelétrico de 260 GW e potencial inventariado de 170 GW. Levando-se em conta os quase 80 GW instalados atualmente, tem-se um potencial estimado de 90 GW.

O trabalho de fazer inventários e estudos de viabilidade é fundamental para um país que precisa ampliar sua base instalada de geração. Segundo o Plano Decenal 2003/2012, o país necessitará de 34 mil MW, se crescer a uma taxa de 5% do PIB; ou seja, 3,4 mil MW por ano. Serão necessários, só em geração, investimentos da ordem de R$ 10 bilhões anuais.

“Esta é uma atividade constante para auxiliar o planejamento da matriz energética. Com os estudos de viabilidade, é possível determinar o que poderá ser licitado no futuro”, explica Valter Luiz Cardeal de Souza, diretor de Engenharia da Eletrobrás. As estatais têm um amplo portfólio de projetos em estudos, com destaque para Belo Monte e o complexo do Rio Madeira, até agora os mais destacados.

Só em geração Furnas tem oito projetos, que totalizam quase 11 mil MW de potência instalada em fase de estudos de viabilidade. A lista inclui hidrelétricas como Jirau (3.900 mil MW), Santo Antônio (3.580 MW), Teles Pires (3.100 MW) e Simplício ( 325 MW). Só nas usinas do complexo do Rio Madeira, cujo inventário é feito em parceria com a Odebrecht, os investimentos estão estimados em US$ 4,5 bilhões.

Ambiente propício – “Os estudos das usinas do Rio Madeira devem ser concluídos em fevereiro ou março do próximo ano”, estima o presidente de Furnas, José Pedro Rodrigues. A previsão é que a licitação aconteça no final de 2004 ou 2005. Entre as ações programadas pela estatal até 2004, estão ainda os estudos de viabilidade das usinas de Mirador (80 MW), Buriti Queimado (142 MW), Paulistas (81 MW) e Maranhão (125 MW).

Quem também acelera os inventários é a Chesf, trabalho feito em parceria com entidades como o Cemec ou empresas como a Odebrecht. Este mês, a estatal aguarda um parecer da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) sobre os inventários para a construção de até oito hidrelétricas nos rios Parnaíba e Balsas. O presidente da Chesf, Dilton da Conti estima em US$ 1,4 bilhões os investimentos necessários para a instalação de 850 MW.

“É preciso aproveitar o ambiente propício para investimentos públicos e privados que será criado com o novo modelo do setor elétrico”, diz o executivo. A Chesf também trabalha nos inventários do principal rio da região Nordeste. No baixo São Francisco, a empresa concluirá até o final do ano os estudos para a construção da usina Pão de Açúcar, que terá de 180 MW a 330 MW.

No médio São Francisco, no degrau Sobradinho/Itaparica, também analisa a viabilidade para implantar de duas a quatro usinas, com potência instalada de 700 MW a 1,1 mil MW. A empresa também estuda trechos de 15 rios da região, para definir a viabilidade de 54 aproveitamentos de pequenas centrais hidrelétricas, que totalizam 172 MW.

Banner Revistas Mobile