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Empresários cobram do governo medidas sobre créditos de carbono

Formada por 14 grupos empresariais dos setores de bioenergia, agricultura e florestas plantadas, a Aliança Brasileira pelo Clima apresentou ontem em São Paulo um documento que cobra do governo brasileiro um posicionamento que permita às empresas do país receberem créditos de carbono previstos no Protocolo de Kioto. A Aliança quer metas para o fim do desmatamento no país e negociações na 15 aConferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP 15), que acontecerá em Copenhague, para mudar as regras dos créditos.

— O que a gente pede ao governo é que assimile o nosso documento e vá com disposição negociar os créditos de carbono gerados pela floresta plantada, pelo etanol e pela agricultura — afirmou a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes.

Segundo ela, o que a aliança de 14 entidades fez não foi um “documento climático”.

— Não é esse o nosso foco. É um documento empresarial.

Nós somos donos do maior patrimônio do mundo em termos de crédito de carbono de uso da terra e para nós é importante poder comercializar esses créditos — explicou.

Benefícios para energia limpa e renovável Fazendo uma projeção de ganhos no mercado internacional, Elizabeth lembrou que hoje o crédito de um tonelada de carbono na Europa vale entre 23 e 25 euros e no Brasil há 64 milhões de toneladas de crédito de carbono acumuladas na floresta plantada.

— É uma simples conta aritimética — observou a presidenta da Bracelpa, lembrando a importância da negociação da COP 15. — O crédito vai valer mais ou menos, dependendo do resultado da negociação.

Se essa negociação for pífia, ninguém vai precisar investir muito. E o valor do crédito despencará.

O presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, outro porta-voz da Aliança Brasileira pelo Clima, defende que o Brasil assuma o compromisso de redução do desmatamento de forma mensurável.

— Não basta fazer um plano nacional de mudança climática com uma meta sem compromisso.

É preciso que esse compromisso seja assumido nas negociações próximas. É fundamental também que a gente reforme o mecanismo de desenvolvimento limpo buscando fazer com que ele beneficie nossa economia de baixo carbono, um exemplo para o mundo todo.

De acordo com Marcos Jank, o Brasil utiliza 46% de energia renovável enquanto os países ricos têm apenas 6%.

Desses 46% brasileiros, afirmou, 28% estão nos três setores do grupo que criou a Aliança — cana-de-açúcar, florestas plantadas e carvão vegetal e bioeletricidade.

— O que nós queremos é que isso seja devidamente reconhecido pelo sistema, com créditos que beneficiem aqueles que produzem energias limpas e renováveis — defendeu o presidente da Única.

WWF faz protesto contra falta de iniciativa Em Berlim, miniesculturas de gelo (mil delas) criadas pela artista plástica brasileira Nele Azevedo fizeram parte de um protesto contra a falta de ação global contra as mudanças climáticas organizado pelo WWF. Sob um calor de 23 graus Celsius do fim de verão alemão, as figurinhas derreteram nas escadarias de Gendarmenmarkt em cerca de meia hora, simbolizando os efeitos do aquecimento global. Ativistas do WWF lembraram que o degelo das regiões polares pode elevar dramaticamente o nível dos oceanos

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