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Empresários argentinos querem limitar entrada de produtos do Brasil

Funcionários dos governos de Brasil e Argentina começaram a discutir ontem em Buenos Aires medidas para incrementar o intercâmbio entre os dois países e resolver problemas na área comercial. Os argentinos querem que seja instrumentada algum tipo de limitação à entrada de produtos brasileiros em áreas como têxteis, eletrodomésticos e máquinas agrícolas, além de pleitearem isenção à cobrança do PIS-Cofins às suas exportações.

Segundo a imprensa local, a Argentina pretende tomar medidas unilaterais para limitar o ingresso de produtos brasileiros se o país vizinho não apresentar até o final do mês um mecanismo que termine com a suposta “invasão” de produtos brasileiros.

O Brasil defende que seja fechado um acordo entre os setores privados de cada país para disciplinar o comércio de alguns produtos. Também considera que medidas como salvaguardas ou a aplicação de um regime de quotas por parte das autoridades argentinas seriam uma violação das normas do Mercosul.

Por outro lado, o governo brasileiro admite que atrasou a entrega da proposta de acordo à Argentina, que deveria ter sido apresentada no início deste mês, mas considera que um dos principais entraves para que o problema seja solucionado é que cada lado trabalha com suas próprias estatísticas.

Em alguns setores as diferenças são gritantes. Um exemplo é a estimativa sobre o tamanho do mercado argentino de tecidos para jeans, um dos produtos cujo aumento das vendas brasileiras é considerado alarmante pelo empresariado local. Os números utilizados pelo Brasil, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), estimam o consumo anual no mercado argentino de 32 milhões de metros. Já a Federação da Indústria Têxtil Argentina (Fita), fala em 20 milhões.

Na reunião de ontem, a delegação brasileira foi chefiada pelo secretário-executivo do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães. Do lado argentino, a equipe de diplomatas foi liderada pelo secretário de Relações Econômicas Internacionais, Martín Redrado.

O encontro deve continuar hoje, e na sexta-feira representantes do Paraguai e do Uruguai se unirão ao grupo. O objetivo é estabelecer a agenda de trabalho do Mercosul para os próximos seis meses, período em que a presidência do bloco estará a cargo da Argentina.

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