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Empresário alerta que o programa pode “desandar”

O Programa Nacional de Biodiesel pode “desandar” caso a prática de abastecer caminhões e máquinas agrícolas com óleos comestíveis em vez de biodiesel se alastre. A preocupação é do presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel, Carlo Lovatelli.

“Tenho medo que desande. Nós temos muitas notícias de gente que usa óleo refinado como combustível. O sujeito percebe que isso funciona e prefere gastar com a lavagem dos motores e pagar bem menos pelo combustível”, disse Lovatelli durante seminário sobre biocombustível promovido pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, essa é uma das distorções que desafiam o biodiesel. A outra é a falta de uma tributação adequada. Os custos elevados e a falta de incentivos são apontados como as maiores dificuldades do setor.

Na visão do vice-presidente de Operações da Dedini Indústrias de Base, José Luiz Olivério, ainda falta “equacionar a viabilidade econômica do biodiesel”. “Hoje, o custo do biodiesel é maior do que o diesel, assim não há competitividade”, afirmou Olivério.

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado sobre o biodiesel é mais alto. De acordo com dados do Sincopetro, o ICMS sobre esse combustível varia entre 17% e 18%, enquanto o do diesel varia de 12% 1 18%.

Para Lovatelli, a dificuldade maior é negociar com os estados a redução na alíquota. “Enquanto as regras não estiverem bem definidas, o programa não é viável”, afirmou.

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